Ouch.. esse título foi digno de uma senhorinha de 80 anos, fala sério!? hahaha
Mas bem, vamos ao que interessa, o motivo do título e do post. Estava eu, ontem, voltando pra casa no fim do dia no ônibus, morta com farofa, e sentei - com muita alegria no coração, já que estava carregando bastante peso - do lado de uma mocinha de chinelo, toda jogada no banco, com uma cara assim.. esquisita. Sabe quando você percebe que tem alguma coisa estranha no ar!? Ela não tinha nenhuma bolsa na mão, estava encostada com a cabeça na janela, com cara de desolada, espremida no canto.
Minutos depois que sentei e o ônibus recomeçou a andar, eu - que estava com phone ouvindo música - percebo um papo da menina com o trocador do ônibus que pareceu ser a resolução daquele mistério. Claro que, discretamente, desliguei a música e comecei a ouvir o papo deles enquanto olhava para o outro lado fingindo que continuava a escutar a música (quem nunca? hahahah).
Mas vamos ao que interessa. A mocinha tinha faltado ao colégio e, não sei porque cargas d`água, estava dando voltinhas de ônibus com o trocador. Aliás, eu sei né, é óbvio que os dois estavam de namorico (update para hoje em dia: se pegando) e ela resolveu passar uma tarde romântica ao lado dele.. no ônibus.
Opções de romantismo a parte, ela estava preocupadíssima porque a mãe não parava de ligar para o celular dela, estranhando que não tinha chegado em casa ainda. O telefone tocava, tocava, tocava e ela não atendia e falava pra ele "hoje eu morro". Logo que ela começou a falar isso eu já pensei em um caso que passou no "Profissão Repórter" no qual a mãe achava que a filha estava desaparecida quando, na verdade, ela só não tinha voltado pra casa com medo da bronca que ia levar da mãe por ter passado o dia com o pseudo namoradinho. Me deu uma baita aflição pensar nisso, vai que a doida resolvesse não voltar pra casa também com medo da bronca!? Ai papai.. Já estava eu, tensa, não com meu cansaço e aquele trânsito, mas sim que a mocinha do meu lado não parecia estar nem perto de chegar em casa.
E ela, tensíssima, falava: "nunca mais faço uma loucura dessas" - e perguntava: "fulano (esqueci o nome), que horas vou chegar em casa?" (eram 20h), aí ele: "20h40 no máximo". E eu nem pensava "aham, Cláudia, senta lá" porque não ia adiantar muito, pensava "aham, fulana, deita aí mesmo que vai demorar muito".
E toca o ônibus parar em todos os sinais possíveis e imaginários, carro quebrado na pista etc. E olha que entre eu entrar e sair do ônibus é um trajeto de tipo uns 3 km.. coisa pouquinha, mas que, com o engarrafamento, demooora.
As poucas vezes que o trocador deu algum parecer sobre a situação que não fosse dar alguma ideia mirabolante de desculpa para ela dar pra mãe (com o que ela respondia com um: ih, não vai colar, minha mãe pesca tudo, não é nada boba), ele disse para ela descer do ônibus e pegar outro em outro sentido para ir mais rápido. Veja só.. a menina perde aula, some da mãe, vai levar uma mega bronca, e o tapado sugere que ela desça do ônibus e pegue outro pra se virar e voltar pra casa sozinha. Quase intervi chamando-o de banana, mas resolvi manter minha pose de quem estava ouvindo Naldo ou qualquer coisa que o valha enquanto continuava olhando para o outro lado.
Por fim, desci do ônibus torcendo para que minha amiguinha chegasse em casa o mais rápido possível. Mas o engraçado foi lembrar como eu também já fiz um bocado de travessuras que, olhando na teoria, eram muito desnecessárias, mas, à época faziam todo o sentido e tinham todo o significado do mundo. Viva a juventude e a paciência de nossos pais!
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