Reflexões, a gente se vê por aqui


Alguns anos depois, cá estou eu de volta. Embora eu tenha escrito pouco nesse espaço sobre minhas reflexões, o que escrevi aqui será importante para que eu possa me reprogramar mentalmente diante do que têm acontecido atualmente na minha vida.

Na verdade, do que aconteceu. Passado que é tão presente ainda, mas que está sendo, gradualmente, desfragmentado, reavaliado, reelaborado, passado a limpo. "Nada se cria, tudo se transforma"? Acho que, na vida, nada se esquece, tudo se reelabora. Não dá pra voltar e fazer de novo de um jeito que agora seria melhor. E será que seria mesmo?

Há uma série chamada "Being Erica", que eu assisti há uns anos, que falava exatamente sobre isso. Uma jovem ruiva que sempre tentava reviver mentalmente seus momentos e se arrependia de não ter feito isso ou aquilo de forma diferente. E aí vinha a vida e dava a ela o poder de voltar lá naquele ponto e refazer. A curiosidade é que, não adiantava, Erica sempre esbarrava nos mesmos problemas.

Acho que, na vida, a gente tem que esbarrar com determinadas questões. Seja para resolver ou se debater com elas, estarão aí, sempre pra nos desafiar. Então não adianta pensar "eu deveria ter feito isso ou aquilo", porque já foi. O que resta, agora, é reelaborar isso de uma forma com que o aparente erro se torne um grande aprendizado.

Eu sei que poderia ter feito muita coisa diferente nos últimos anos. Poderia ter sido uma pessoa melhor, não pra uma outra pessoa, mas verdadeiramente melhor pra mim. Mas não fui. Não soube fazer. Fui o melhor pra mim do que deu.

A vida, agora, me dá esse presente incrível de olhar pra mim e me enxergar. Sem o filtro de outras pessoas no meio, só eu e eu mesma, com muitas escolhas, meus amores, minha história.

Há muito o que se entender do que se passou nos últimos anos. Uma determinada pessoa que passou pela minha vida com um manto de bondade e que, em verdade, não era tão cool assim. Mas isso é papo pra outra reflexão.

Agora, eu me permito voltar. Aliás, voltar não. Me reencontrar, no limite entre o que eu sempre fui e o que eu me tornei, porque as experiências mudam a gente e, graças a Deus, temos a oportunidade de nos tornarmos uma versão melhor de nós mesmos.

Solavancos da vida sempre virão. Algumas vezes operados por desconhecidos, outras por conhecidos e, como agora, por pessoas muito muito próximas, que significavam um amor. Mas até isso muda.

Da vida, tudo o que temos é o presente. O ontem não pode ser reescrito e o amanhã não nos pertence ainda. Por isso, esses dois tempos vitais são apenas histórias, uma que já aconteceu e outra que talvez possa nem vir a acontecer. Dessa forma, por mais clichê que pareça, o que nos resta, hoje, é agarrar o presente e encará-lo de frente, com força, com hombridade, com compaixão, para que o hoje seja amanhã um passado melhor e para que o futuro, hoje, seja mais promissor.

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