tag:blogger.com,1999:blog-37961134112464336462024-02-19T01:51:11.739-03:00Toda mulher é Carrie B.Carriehttp://www.blogger.com/profile/07084386540096810706noreply@blogger.comBlogger115125tag:blogger.com,1999:blog-3796113411246433646.post-41859533929490362072020-04-05T21:04:00.000-03:002020-04-05T21:05:12.909-03:003 Semana de Quarentena<div style="text-align: justify;">
Pra mim, é muito difícil parar. Eu me sinto bem executando e entregando coisas. Eu me sinto bem pensando e materializando o que eu penso. É assim que, há 31 anos, eu me sinto bem.</div>
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Aí vem a COVID-19 e a imposição de estar em casa o tempo todo. De início, eu achei que fosse tirar de letra. Achei que ia focar nos meus trabalhos, nas minhas leituras, projetos etc e que ia usar essa parada obrigatória como algo... adivinha!? Extremamente produtivo. E até um pouco assim durante as duas primeiras semanas. Claro que não na mesma intensidade de sempre, mas com algum bom jogo de cintura.</div>
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Agora, na terceira semana, entretanto, a quarentena pesou. Pesou por causa da minha vida pessoal, que obviamente é atravessada por boletos, mas também pela minha preocupação social. Estar em casa assistindo às notícias e a todos os movimentos dos nossos agentes políticos (sim, nas duas primeiras semanas o meu big brother era a globo news), começou a me deixar muito angustiada.</div>
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Mais do que ficar com raiva das estratégias genocidas do Presidente, da arrogância do Ministro da Economia e da dissimulação do Ministro da Saúde, observar na lupa os movimentos de terceirização da culpa pelos ocupantes de importantes cargos públicos, coloca-me em choque com a minha já cética crença no ser humano branco macho elitizado.</div>
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De fato estamos vivendo algo sem precedentes entre as pessoas hoje vivas. Ninguém tem a resposta exata nem para a cura da COVID-19 nem para essa teia social (que também é econômica, médica, sanitária etc), que está tensionada e que nos envolve a todos.</div>
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Não há respostas e o simples fica muito grande. Todo mundo está tendo que se haver com a própria existência e o sentido da vida. Todo mundo está sendo obrigado a entender a seriedade do voto. Todo mundo está tendo que enxergar que tem a ver com todo mundo - literalmente.</div>
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Eu não faço a menor ideia de onde estaremos ao fim disso tudo. No momento, eu só tenho uma TV desligada, um celular no silencioso e uns dedos teclando palavras, porque entendi que eu não vou conseguir ser produtiva se continuar ignorando o que está acontecendo dentro de mim. </div>
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Pra mim, ainda é novidade silenciar o mundo. Acho que vou sair do computador, passar uma roupa e fazer um yoga. Não, nunca fiz yoga, mas vai que ajuda mesmo, como dizem...</div>
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Esse não é um texto que vai trazer uma grande moral pra isso tudo, porque, afinal, estamos, individual e coletivamente, construindo ainda; mas, projetando o futuro, eu só imagino que, se tivermos aprendido algo substancial com essa pandemia, pouco será como antes.</div>
Carriehttp://www.blogger.com/profile/07084386540096810706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3796113411246433646.post-53755869578666110712019-11-03T17:06:00.001-03:002019-11-03T17:10:21.321-03:00Salto de crescimento<div style="text-align: justify;">
A vida não é uma tabela de excel com uma linha ascendente e ininterrupta de crescimento.</div>
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A vida é mais como um eletrocardiograma de subidas, grandes subidas e algumas intempéries no meio para demarcar os saltos de crescimento. Parece-me que eles vêm exatamente assim, como saltos, momentos chave, que parecem destacados no cronograma, mas na realidade são fruto de uma construção diária de amadurecimento.</div>
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Entretanto, na imagem, na história, na linguagem, aquilo se afigura como um salto; aquele momento em você levou seu medo para enfrentar a vida. Dói porque esgarça, mas quando acontece, nossa, melhor sensação não há.</div>
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A vida, por isso, é esse eletrocardiograma cheio de mini e grandes saltos, com algumas descidas que te obrigam a ter uma nova perspectiva de direcionamento, parece. </div>
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Para minha lua em virgem, nada mais perturbador do que essa desordem. Mas a vida é essa, e vai girar independentemente do ritmo do meu passo. </div>
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Então, fique esperta, organizadinha, pegue suas trouxas e salte junto com a vida. É no dia a dia da sua organização que você constrói os grandes saltos, mas eles só vão acontecer se você se der a liberdade e a coragem de voar.</div>
Carriehttp://www.blogger.com/profile/07084386540096810706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3796113411246433646.post-1159342451194760012019-11-03T16:45:00.003-03:002019-11-03T16:47:19.434-03:00Todo o necessário<div style="text-align: justify;">
Quarta feira, 16h30: estou passando mal, tem uma mesa em Niterói daqui a duas horas e quero te indicar, o que acha?</div>
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Não acredito. Estava no Rio, esperando uma amiga com quem marquei há uma semana para comemorarmos o aniversário dela. </div>
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Por que avisou só agora? Que desrespeito. Não vou. Não posso passar a mensagem de que posso apagar incêndios a qualquer hora ao seu bel prazer. Nunca me chama e agora em cima da hora... o que vou falar? Como vou me preparar? Não vou.</div>
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Não vou poder, estou no Rio, se soubesse antes teria me organizado. Emoji com cara de choro.</div>
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Minha amiga chega, sentamos para tomar um café e conversar. Não se passa nem uma hora e ela diz que precisa ir embora. Vou ao ponto de ônibus com ela e ela me diz que posso ir, que seu ônibus vai demorar. Digo que estou com tempo e espero. O ônibus dela chega em dois minutos.</div>
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Vou para as barcas: 17h30. Mesmo não tendo desmarcado o compromisso com minha amiga, daria tempo de chegar ao evento. Sento, irritada e começo a pensar.</div>
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O que eu falaria assim, de sopetão, sem me preparar? O tema é o que eu respiro em termos de pesquisa..., recapitulo e tento? Que loucura... Mas por que loucura se é basicamente sobre isso que eu falo o tempo todo? Será que não consigo organizar alguns pensamentos na hora? Me bate uma sensação de "como não vou falar?", "como vou perder a oportunidade de falar?". Eu vou.</div>
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Mando mensagem e aviso que vou. Procuro no meu celular um artigo que tenho publicado, com uma parte dos resultados da minha pesquisa de mestrado. Pego o único papel que levei para a rua aquele dia, começo uma leitura transversal e anoto o que considero mais importante. Relembro: estou pronta.</div>
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Chego em Niterói, pego o endereço, entro no táxi e chego. Vou ao banheiro, faço um xixi, me arrumo suando, porém certa. Entro na sala, "você é a Sandra? Prazer, vim no lugar da fulana". "Caramba, como você é rápida, ela acabou de me avisar." "Pois é."</div>
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"Anota seu nome aqui e sua descrição. Você trouxe slides?" "Não, não tenho slides, estava no centro agora há pouco e não tenho nada remoto, mas não tem problema". "Tem certeza? Quer pedir a ela?" "Não, está tudo bem, eu falo sem slide mesmo". "Mas tem certeza? Se não quiser não precisa (falar)..." "Tenho certeza sim, estou bem".</div>
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Dou duas direções de fala pra ela e ela escolhe que eu fale sobre o Direito, que foi meu objeto de pesquisa. Tudo certo. Sento e sou a primeira a falar. Falo. Sem microfone. Falo, gesticulo, faço pausas, interajo e vou traçando aquela linha de raciocínio como se tivesse me preparado bastante para aquele momento.</div>
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Acho que me preparei, no fim das contas. Finalizo dizendo algo como "esse é o Direito, desculpa, obrigada." Aplausos. Sinto que passei o recado. Sinto que passei o incômodo. Sinto que passei a realidade.</div>
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Eis que ali, naqueles vinte e pouquinhos minutos, eu coloquei pra fora o que lá na barca eu tinha me questionado "como assim vou perder a oportunidade de falar?". Não perdi. Ganhei.</div>
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Ganhei alguma experiência e traquejo, mas mais do que tudo ganhei a minha confiança em mim mesma. Ali, de pronto, com um pouco de desencorajamento alheio, sem slide, com um pedaço de papel, era eu e eu mesma: e isso é tudo o que eu preciso para falar. Venci.</div>
Carriehttp://www.blogger.com/profile/07084386540096810706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3796113411246433646.post-48494338187078523652019-10-27T13:23:00.005-03:002019-10-27T13:26:51.398-03:00O denominador comum<div style="text-align: justify;">
Aquela carta que eu escrevi e que ele provavelmente nunca leu porque era covarde e sabia que ali tinha uma fração do que eu sabia, que era também uma fração do que realmente acontecia. Devolvi os presentes com a carta, sentimentos à descoberto.</div>
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Acabei voltando depois, por ainda estar funcionando no compasso da engrenagem que fez aquele relacionamento ser possível: a minha insegurança. Minha mãe sempre me disse: se você tivesse forte quando o conheceu, vocês nunca teriam namorado.</div>
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Hoje o texto não é sobre culpa, porém, é sobre responsabilidade. Não sobre o passado, mas sobre o presente.</div>
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Eu sustentei um relacionamento ruim, tóxico, devastador e adoecedor; um relacionamento que não apenas não me dava as mãos, como também apodrecia as minhas raízes. Sustentei até não conseguir mais - e que bom que uma hora eu não tive como continuar.</div>
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Após o término, veio o luto. Doía, dilacerava. Era uma mistura de certeza da minha decisão e um vazio profundo. Muito ressentimento e também muita tristeza. Hoje, um ano depois, não sinto falta de mais nada daquele relacionamento, mas ainda restam peças do quebra cabeça a serem encaixadas do por quê eu sustentei aquilo por tanto tempo e também do por quê estou reclusa na minha vida, agora, um ano depois.</div>
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Acredito que seja esse mesmo modus operandi. Um eu contra eu mesma. Naquela época eu me agarrei nele porque acreditava que era o que havia de melhor para mim. Hoje, me agarro em mim mesma com medo de que qualquer coisa fora da minha zona de temperatura e pressão vá me desarticular. No fundo, sou eu evitando a mim mesma; sou eu evitando viver a mim mesma em pleno potencial.</div>
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É medo? Sim, mas também parece ser mais do que isso. Parece ser um medo que virou uma maneira de pensar, de sentir e de estar no mundo. Parece um medo que se incrustou no meu comportamento de uma forma que, se não contestado, poderá ele ser meu próprio algoz. Aí não precisarei de um relacionamento ruim, tóxico, devastador e adoecedor, porque eu mesma estarei fazendo todo esse desserviço sozinha.</div>
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É hora de parar e analisar a mim. Já entendi quem são eles. O ex, a avó, a coach, eles todos são terrivelmente eles. Mas cadê a outra parte dessa equação? Está na hora de fazer a parte mais difícil dessa análise: encarar a mim mesma.</div>
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O outro pode ser extremamente perturbador e ameaçador, mas vejo que nada pode destruir tanto a mim mesma quanto eu e está na hora de enfrentar isso.</div>
Carriehttp://www.blogger.com/profile/07084386540096810706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3796113411246433646.post-29847841568678737382019-08-31T14:38:00.002-03:002019-08-31T14:38:46.741-03:00Na sua históriaEra uma vez uma menina presa injustamente.<br />
Era uma vez uma mulher experiente.<br />
Era uma vez moças inexperientes.<br />
Era uma vez a Cris, o juiz, a conversa, o relaxamento, a liberdade.<br />
Na sua história, você é a sua Cris?Carriehttp://www.blogger.com/profile/07084386540096810706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3796113411246433646.post-87223014941193975392019-02-02T16:45:00.003-02:002019-02-02T16:51:05.313-02:00Amor platônico<div style="text-align: justify;">
"Gratidão" é uma palavra muito usada atualmente. Geralmente utilizada por aqueles que querem pregar que gratidão é a chave para conquistar mais da vida, como uma espécie de imã que atrai realizações.</div>
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Hoje acordei cheia de gratidão, mas não essa.. Acordei com o coração realmente muito agradecido à Deus, às Deusas, aos meus guias, anjos, energias. Algo muito genuíno e nem um pouco parecido com aqueles mantras de gratidão forçados, que você entoa no intuito de alguma outra coisa. Não... eu simplesmente acordei muito agradecida mesmo.</div>
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<br /></div>
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Eu acordei e lembrei que era sábado, que eu ia finalmente fazer uma massagem, algo para mim, nesse meu corpo que tem estado tão dolorido da lombalgia que gritou, de maneira nem um pouco tímida, no fim do ano passado. Fiz a massagem e foi maravilhosa. Fazer algo por mim, estar com minha família, estar com saúde, estar lutando para recuperar todas as minhas capacidades físicas, emocionais e mentais é maravilhoso. Poder fazer isso é de um privilégio enorme e hoje eu estou muito, muito grata.</div>
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<br /></div>
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Agora há pouco coloquei um cd da Tony Braxton que eu escutava muito quando era mais nova, enquanto chorava pelos meus amores platônicos. Como eu já sofri ouvindo essas músicas, porque eu amava... amava muito. E, sejamos sinceros, eu fui assim até pouco tempo.</div>
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<br /></div>
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Hoje, não. Hoje eu canalizo todo esse amor, todo esse cuidado e carinho pra mim e pra minha família. Acho que eu finalmente aprendi algumas coisas na vida. Claro que qualquer relacionamento é um desafio e traz os testes e provas da vida, mas há muito tempo... quer dizer, acho que nunca me senti verdadeiramente bem "sozinha" como eu me sinto agora.</div>
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Quando eu era mais nova eu queria tanto um namoro. Como queria... fui ter essa experiência lá pelos dezenove anos e até aí eu dormia e acordava fantasiando como eu seria feliz com um namorado. Meus amores e relacionamentos platônicos duravam anos e anos. Eu cheguei a ter um namorico rápido lá pelos dezesseis anos (se não me engano a idade), mas foi só mesmo até que eu engatasse um namoro sério aos dezenove.</div>
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Ficamos dois anos juntos e terminei porque já não sentia aquela coisa de homem e mulher, mas mesmo assim passei dois meses na fossa, depois de uma viagem internacional, por ter perdido meu melhor amigo. Me recuperei e segui a vida, sofrendo pelo que hoje chamamos de "crushes" e naquela época chamávamos de "ficantes". Lá pelos vinte e dois eu comecei a namorar um garoto que eu nem gostava tanto, mas que estava apegada. Ficamos namorando dois anos e ele terminou comigo. Sofri horrores durante quatro meses. Ao voltar pra "arena do amor", logo conheci meu último namorado, com quem fiquei, ao total, três anos, e com quem terminei há cinco meses. </div>
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<br /></div>
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Desde então decidi que iria aprender a me amar e acho que vem muito daí essa gratidão. Quando eu consigo fazer algo única e exclusivamente para mim, que me dá muito prazer, também me dá muita gratidão. Internamente eu olho pro céu e penso: "obrigada, Deus, estou me encontrando".</div>
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Lembro daquela menina sofredora, sonhadora, cheia de medos e anseios na bagagem. Vejo na frente dos meus olhos aquela menina que passou por tantos relacionamentos que não a fizeram jus, que a machucaram, que fizeram-na inúmeras cicatrizes, e consigo entender o por que desse caminho. Consigo entender que um dos paranauês que eu vim resolver aqui, nessa minha alma originalmente ingênua e que gratuitamente confiava nos outros, é que a confiança tem que ser em si em primeiro e último lugar. Há amor? Há, mas o próprio é pré-requisito de qualquer história que se possa viver, em qualquer seara da vida.</div>
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Eu ainda estou construindo minha história. Deus sabe o quanto eu pelejo diariamente com meus medos, minhas inseguranças, minha ânsia de descobrir no quê raios eu vou contribuir para este mundo, com minha paixão por fazer dessa terra um lugar melhor, mas estou entendendo, cada vez mais, que momento "a-há" é uma construção (ou desconstrução, em alguns casos). Você não simplesmente acorda um dia e descobre o que veio fazer aqui. Você percorre a vida, quebra a cabeça (muitas vezes quebra a cara) e vai tecendo esse caminho para dar a sua contribuição, com a esperança de que você já esteja contribuindo ao menos um pouco.</div>
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Sim, a pergunta do quê eu vim fazer aqui e quando vou ser independente ainda me atordoa, a pergunta de se vou casar, se vou ter filhos etc ainda me preocupa um pouco; mas a pergunta de "quem é Raquel?" hoje eu sei que estou desvendando, construindo, lapidando. Hoje, aos trinta anos, pela primeira vez eu não passo as noites idealizando os outros, mas tão somente a mim mesma. Quem eu sou e quem eu quero ser. </div>
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<br /></div>
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Hoje começo a enxergar que, amando tanto, a tantos, na verdade talvez meu amor por mim tenha sido o mais platônico de todos... até hoje, quando realmente estou aprendendo a me amar.</div>
Carriehttp://www.blogger.com/profile/07084386540096810706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3796113411246433646.post-89023630773058913122018-11-28T01:05:00.004-02:002018-11-28T01:10:09.149-02:001.095 dias<div style="text-align: justify;">
Hoje, terça, eu estava em um seminário e, conversando com uma menina que tem um projeto de renome no Rio de Janeiro, ela me falava sobre compatibilizar agenda com possíveis pretendentes. Ela dizia que tinha muitos compromissos e que, por isso, não tinha tempo a perder.</div>
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<br /></div>
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Eu então disse a ela que ela tinha que tomar a mesma decisão que eu... Falei algo assim: "agora que eu separei decidi que só quero alguém que seja da mesma dinâmica, ou seja, do mundo acadêmico", algo assim. Então ela me perguntou se eu era casada. Respondi que não, que tinha saído de um namoro de 3 anos, mas que agora me sentia livre. Ela disse: 3 anos? Quase como um casamento mesmo. E a conversa seguiu...</div>
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<br /></div>
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No sábado, eu havia sentido uma dor horrível na lombar, a ponto de quase não conseguir me movimentar e de ter que ir ao hospital no domingo praticamente me dopar com remédios pra conseguir me mexer. Era o resultado de alguns dias sentada fazendo pesquisa quantitativa e de alguns últimos meses em que não saí de casa com medo de andar na rua e de te encontrar.</div>
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Paro para contar agora e no dia 1 de dezembro farão três meses que eu te disse adeus; que fechei a porta da minha casa e da minha vida pra você. Me surpreendi agora ao fazer essa conta; achava que já eram quatro meses, mas não... três... Três meses depois de três anos. É o mesmo número, mas com significados tão diferentes.</div>
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<br /></div>
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Nesses três anos não sabia meu nome, meu endereço, meu paradeiro, meus gostos, meu nada. Vivi uma loucura acompanhada e dirigida por você. Sorri muito e chorei mais. Vivi 1.095 dias de dúvida. 1.095 dias de dúvida sobre mim. Uma dúvida regada e adubada por você. Quando estava tudo escancarado eu era duvidada e a dúvida me endividava comigo mesma. A soma das angústias se multiplicavam, mas o medo de ficar sozinha não diminuía. Quem seria eu nessa conta de subtração? Eu, que antigamente me via como ser humano que só tinha a somar, me via então tão diminuída. Me sentia tão zero à esquerda.</div>
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Foi então que há três meses eu mandei você ir embora e te deletei da minha vida online. Fim.</div>
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Fim? Não foi o fim; as reverberações estão todas aqui. Fazem três meses que não ando na rua da minha cidade com paz no coração; que eu tenho medo de encontrar alguém que veja que eu engordei; que eu tenho medo de te encontrar. Fazem três meses que eu vou te esquecendo lentamente, mas que por vezes você ressurge nos meus sonhos e me atormenta à noite. Fazem três meses que eu achei que estava boa da depressão, parei de tomar o remédio e fui para abaixo do fundo do poço novamente. Fazem três meses que uma camada imensa de gordura cobriu o meu corpo e me faz me desconhecer diante do espelho.</div>
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<br /></div>
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Fazem três meses que eu te mandei ir embora, mas não acabou; ainda não acabou porque as sequelas, muitas delas, ainda estão aqui. O aperto no coração que sinto ao ver a história de uma mulher agredida ou morta pelo companheiro; a vontade de não estar com as pessoas, pra não ter que prestar contas de tudo o que você me fez e que eu permiti nesse relacionamento. São tantas as coisas que ainda estão aqui...</div>
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<br /></div>
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Você não está, mas uma parte de você certamente ficou. Sempre fica, não é, é como dizem... Mas está vivo, latente, em carne demais ainda. Não é por outra razão que enquanto escrevo este texto tem um saco de gelo na minha lombar; a mesma lombar que foi maculada por eu não querer ir na rua com medo de esbarrar com você. São medos, inseguranças que ainda estão aqui. Elas certamente vão embora, mas estou vivendo-as, afastando-as calmamente e entendendo quem é de verdade a Raquel, sem todas essas camadas de resquícios alheios.</div>
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<br /></div>
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É um trabalho diário e paciente. Na maior parte do tempo não me lembro de você. Estou tão focada em mim que simplesmente não me lembro; só na hora de contabilizar as coisas que tenho que superar, aí você me acerta em cheio a mente. Mas é por hora, só por agora. Foram três anos, 1.095 e eles não vão embora assim, de um dia para o outro.</div>
Carriehttp://www.blogger.com/profile/07084386540096810706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3796113411246433646.post-82148571450619852652018-10-15T23:07:00.000-03:002018-10-15T23:14:46.215-03:00Descobri que te amo demais<div style="text-align: justify;">
Segunda feira, 15 de outubro de 2018:</div>
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<br /></div>
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Meu despertador tocou às 8h da manhã, como eu havia programado. Ouvi o alarme, abri os olhos, procurei o celular para desligar o som e durante dois segundos, ainda meio grogue de sono, tentei entender o que eu tinha que fazer àquela hora. Foi então que eu lembrei que eu tinha colocado o despertador para me acordar às 8h para voltar a me acostumar a acordar cedo. </div>
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<br /></div>
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Não pestanejei: levantei. Quando eu cheguei no banheiro me dei conta do que tinha acontecido. O despertador tocou e eu não enrolei para levantar mesmo não tendo hora para sair de casa, não tendo aula para dar, compromisso com ex orientadora, compromisso de traduzir texto, compromisso de estar em algum lugar. Não era nada disso.</div>
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<br /></div>
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Naquele momento, depois de muitos anos, eu me levantei assim que o despertador tocou apenas porque eu tinha um compromisso... comigo.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Levantei, demorei ainda umas duas horas para me arrumar (porque tomei banho, tomei café direitinho, lavei e sequei meu cabelo) e fui para a academia. Eu pensei um pouco antes de decidir se iria lavar os cabelos, porque o aspecto dele não estava bom, mas afinal eu iria suá-lo na academia.. Entretanto, não demorou muito para eu tomar a decisão de lavá-lo, já que, não importava em quanto tempo iria sujá-lo, eu queria estar bem ao sair de casa. Por medo de encontrar alguém, de me verem? Não. Depois muito tempo (se é que esse momento já existiu outrora) eu iria lavar o cabelo e secar antes de ir à academia apenas porque eu queria me olhar no espelho e me sentir bem para mim, independentemente de qualquer outro fator.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Foram pensamentos e ações que me fizeram suspirar aliviada. Não porque eu estava me reencontrando, mas porque eu estava encontrando uma nova Raquel: a que se ama.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Não foi à toa que passei o final de semana entoando "Verdade" do Zeca Pagodinho para mim mesma.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<span style="color: #cc0000;"><b>Raquel,</b></span><br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div jsname="U8S5sf" style="background-color: white; font-family: arial, sans-serif; font-size: small; text-align: left;">
<span jsname="YS01Ge"><i><span style="color: #cc0000;">"Descobri que te amo demais</span></i><span style="color: #222222;"> (muito!)</span></span><br />
<span jsname="YS01Ge"><span style="color: #cc0000;"><i>Descobri em você minha paz</i> </span><span style="color: #222222;">(só eu posso me dar a paz; ninguém pode me dar ou tirá-la)</span></span><br />
<span jsname="YS01Ge"><i><span style="color: #cc0000;">Descobri sem querer a vida</span> </i><span style="color: #222222;">(me amando descubro a seiva da vida)</span></span><br />
<span jsname="YS01Ge"><i><span style="color: #cc0000;">Verdade</span> </i><span style="color: #222222;">(e isso é tão verdadeiro)</span></span></div>
<div class="UH8R2" jsname="U8S5sf" style="background-color: white; font-family: arial, sans-serif; font-size: small; margin-top: 13px; text-align: left;">
<span jsname="YS01Ge"><i><span style="color: #cc0000;">Pra ganhar teu amor fiz mandinga</span> </i><span style="color: #222222;">(pra conquistar esse amor fui a fundo no autoconhecimento)</span></span><br />
<span jsname="YS01Ge"><i><span style="color: #cc0000;">Fui a ginga de um bom capoeira</span> </i><span style="color: #222222;">(pedi às Deus, à Deus, aos meus mestres, anjos da guarda...)</span></span><br />
<span jsname="YS01Ge"><i><span style="color: #cc0000;">Dei rasteira na sua emoção </span></i><span style="color: #222222;">(entendi que era hora de dar adeus às emoções negativas)</span></span><br />
<span jsname="YS01Ge"><span style="color: #cc0000;"><i>Com o seu coração fiz zoeira</i></span><span style="color: #222222;"> (utilizei de mecanismos para encontrar o verdadeiro amor)</span></span></div>
<div class="UH8R2" jsname="U8S5sf" style="background-color: white; font-family: arial, sans-serif; font-size: small; margin-top: 13px; text-align: left;">
<span jsname="YS01Ge"><span style="color: #cc0000;"><i>Fui a beira de um rio e você</i></span><span style="color: #222222;"> (fui à beira do precipício)</span></span><br />
<span jsname="YS01Ge"><span style="color: #cc0000;"><i>Uma ceia com pãozinho e flor </i></span><span style="color: #222222;">(e me cerquei de insumos para vencê-lo)</span></span><br />
<span jsname="YS01Ge"><i><span style="color: #cc0000;">Uma luz para guiar sua estrada</span></i><span style="color: #222222;"> (só eu posso iluminar minha estada - e meus guias)</span></span><br />
<span jsname="YS01Ge"><span style="color: #cc0000;"><i>A entrega perfeita do amor</i></span><span style="color: #222222;"> (a conexão perfeita do que é amor)</span></span><br />
<span jsname="YS01Ge"><i><span style="color: #cc0000;">Verdade</span></i><span style="color: #222222;"> (e isso é tão verdadeiro)</span></span></div>
<div class="UH8R2" jsname="U8S5sf" style="background-color: white; font-family: arial, sans-serif; font-size: small; margin-top: 13px; text-align: left;">
<span jsname="YS01Ge"><span style="color: #cc0000;"><i>Como negar essa linda emoção</i></span><span style="color: #222222;"> (é visível que estou muito melhor)</span></span><br />
<span jsname="YS01Ge"><span style="color: #cc0000;"><i>Que tanto bem fez pro meu coração </i></span><span style="color: #222222;">(que meu coração está cada vez mais feliz)</span></span><br />
<span jsname="YS01Ge"><span style="color: #cc0000;"><i>E a minha paixão adormecida </i></span><span style="color: #222222;">(que estou descobrindo uma paixão que não conhecia)</span></span></div>
<div class="UH8R2" jsname="U8S5sf" style="background-color: white; font-family: arial, sans-serif; font-size: small; margin-top: 13px; text-align: left;">
<span jsname="YS01Ge"><span style="color: #cc0000;"><i>Meu amor, meu amor incendeia </i></span><span style="color: #222222;">(meu amor por mim me incendeia)</span></span><br />
<span jsname="YS01Ge"><span style="color: #cc0000;"><i>Nossa cama parece uma teia</i></span><span style="color: #222222;"> (posso sonhar)</span></span><br />
<span jsname="YS01Ge"><span style="color: #cc0000;"><i>Teu olhar uma luz que clareia</i></span><span style="color: #222222;"> (posso planejar)</span></span><br />
<span jsname="YS01Ge"><i><span style="color: #cc0000;">Meu caminho tão qual lua cheia</span></i><span style="color: #222222;"> (posso executar)</span></span></div>
<div class="UH8R2" jsname="U8S5sf" style="margin-top: 13px;">
<div style="background-color: white; font-family: arial, sans-serif; font-size: small;">
<span jsname="YS01Ge"><span style="color: #cc0000;"><i>Eu nem posso pensar te perder </i></span><span style="color: #222222;">(não viverei nunca sem mim)</span></span></div>
<div style="background-color: white; font-family: arial, sans-serif; font-size: small;">
<span jsname="YS01Ge"><span style="color: #cc0000;"><i>Ai de mim esse amor terminar </i></span><span style="color: #222222;">(então se eu não me amo eu murcho)</span></span></div>
<div style="background-color: white; font-family: arial, sans-serif; font-size: small;">
<span jsname="YS01Ge"><span style="color: #cc0000;"><i>Sem você minha felicidade</i></span><span style="color: #222222;"> (sem meu amor próprio não há alegria genuína)</span></span></div>
<div style="background-color: white; font-family: arial, sans-serif; font-size: small;">
<span jsname="YS01Ge"><span style="color: #cc0000;"><i>Morreria de tanto penar</i></span><span style="color: #222222;"> (se eu não me dou vida eu morro)</span></span></div>
<div style="background-color: white; font-family: arial, sans-serif; font-size: small;">
<span jsname="YS01Ge"><span style="color: #cc0000;"><i>Verdade"</i></span><span style="color: #222222;"> (e isso é tão verdadeiro)</span></span></div>
<div style="background-color: white; font-family: arial, sans-serif; font-size: small;">
<br /></div>
<span style="color: #cc0000;"><b>Estou com você,<br /><br />Raquel</b></span></div>
</div>
Carriehttp://www.blogger.com/profile/07084386540096810706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3796113411246433646.post-66819958390212509922018-10-02T03:03:00.001-03:002018-10-02T03:13:45.565-03:00Retórica ilógica<div style="text-align: justify;">
Não sei se é o momento de diminuir a velocidade ou acelerar. Desde de que terminei o relacionamento destrutivo no qual eu estava, eu imergi em duas buscas: no entendimento do narcisismo e na luta contra Bolsonaro - seriam duas formas diferentes da mesma coisa? Enfim, o ato foi esse final de semana e agora me encontrei no primeiro dia de outubro, em uma segunda feira, cheia de expectativas para fazer um mês perfeito de dieta e exercícios físicos mas um acordar totalmente sem energia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acordei hoje com aquele sentimento característico da depressão: a vontade de não levantar da cama. Por mim teria passado o dia hoje na cama comendo e assistindo a uma série. Não o fiz porque sei que é um ciclo que se alimenta e também porque minha mãe estava trabalhando de casa, então ia "pegar mal". Acabei enrolando durante todo o dia, sem fazer nada de útil e sem fazer quase nada da minha lista de tarefas para o dia de hoje.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje é um daqueles dias em que eu me deparo comigo mesma, com o fato de que meu problema não era apenas o meu ex relacionamento destrutivo, mas também - e talvez seja o por que - a depressão pela qual estou passando. Nos últimos meses eu vivi quase como se ela não existisse. Estava tão focada nos meus projetos profissionais que era quase como se eu tomasse o antidepressivo tão somente para cumprir um compromisso médico, porque parecia que a depressão fosse algo já resolvido.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas hoje ela deu as caras. Eu sei senti-la, porque ela suga minhas energias. Não sei se foi a pressão que coloquei em mim para fazer desse um mês incrível, cheio de metas batidas todos os dias etc. Na verdade eu sei que foi isso, mas fica aquela pergunta: por que planejar e cumprir virou um problema?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tenho um texto longo para traduzir, pelo qual serei remunerada; tenho planos estratégicos de advocacia para colocar em prática, tenho um corpo para restaurar, uma alimentação para cuidar, um carro para revisar, supermercado para fazer, psiquiatra para ir, mas a vontade de ficar deitada na cama superou tudo hoje. Na verdade, para ser sincera, a única coisa que venceu foi a vontade de deixar meu quarto arrumado para não me sentir tão inútil e para ver se a motivação vinha, mas não veio. Ah, eu tomei banho para deixar meu cabelo desembaraçado caso me viesse um ímpeto de comparecer à academia, mas não fui.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje foi um daqueles dias que eu perdi. Um daqueles dias em que você tem que olhar no espelho e entender que está sim passando por um problema, senão fica angustiante demais, mais. Hoje pode ser um dia ruim para uma pessoa "normal", mas pode ser o início da reativação de um ciclo destrutivo ao qual eu não posso ceder.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Penso em ir na rua, sei que tenho que ir para quebrar o ciclo, mas não vou. Fico em casa, troco de roupa, tenho vergonha de sair. Tenho vergonha de as pessoas me verem e assistirem meu caminhar com doze quilos a mais. Isso me afasta da academia e já sabemos como a bola de neve aumenta. Penso em ficar em casa e receber o pedreiro que tem que quebrar a parede e resolver um encanamento, mas adio. Veja bem, estou plenamente apta a recebê-lo, iniciar o processo, mas não quero. Antes tenho que falar com a secretária do prédio, mas não quero ter que encarar a celeuma administrativa que é lidar com as pessoas que habitam meu CEP. Essas coisas comezinhas hoje são grandes demais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não falo. O mundo continua a girar como se nada estivesse acontecendo. Converso sobre política com minha mãe, com minhas amigas no what'sapp e o mundo continua a girar - aliás, política é o que tem realmente me movido nos últimos meses, e me consumido também.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje vi um meme que falava assim: "engraçado crescer, você percebe que metade dos seus amigos está tomando remédio por razões psicológicas e a outra metade precisa tomar", algo assim. Começo então a me lembrar de uma amiga minha próxima que tem problema com ansiedade. Desde que eu comecei a tomar antidepressivo, há um ano e meio, ela estava tomando ansiolítico, mas por um brevíssimo tempo e aí parou, voltou, parou, voltou. Mas o interessante de observar não é isso, mas sim como ela conduz esse discurso. Todos sabem. As crises, as histórias, os impedimentos, as faltas, as angústias etc são repertório público. Ela é de um estado do Nordeste, está aqui estudando no Rio custeada pela mãe - que perdeu um dos empregos, tem o apoio de um namorado super fofo que vai morar com ela em breve, tem amigas, enfim, tem toda uma rede de apoio que permite que ela more em outro estado mesmo sem trabalhar e ainda assim as fragilidades dela são um tópico constante. A nossa orientadora sente pena, fala que em breve vão conversar sobre possibilidades profissionais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aí eu paro para pensar. Pode chamar de recalque, mas vamos analisar. Eu moro na casa dos meus pais; se eu falasse que ia morar em outro estado com eles me custeando eles iriam rir da minha cara; até um mês atrás namorava um cara que me traía e me batia, que nunca me ajudou sequer para uma conversa em relação à depressão e praticamente ninguém sabia de nada disso. E ninguém continua sabendo de nada disso. Quando uma das amigas me pergunta alguma coisa, eu respondo pontualmente sobre o assunto, elas ficam assustadas, se compadecem, mas eu logo mudo o tópico. Do que adianta a sessão de debate amoroso? Quando eu mais precisei eu não pude falar porque seria julgada e agora que eu consegui me tirar daquela situação eu sei que se falasse tudo o que eu aceitei eu seria de alguma forma julgada também. Então para quê falar? Odeio vitimismos, mas também odeio quem acaba se beneficiando por falar e dramatizar publicamente todas as suas dores. Talvez esteja aí o meu recalque: eu não consigo falar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Escrever para mim é mais fácil. É natural, fluido e também resguardado. Meus textos ficam em um blog que praticamente não tem acesso e meus pensamentos mais profundos estão sendo reorganizados na minha mente enquanto minha alma tenta se fortalecer depois de tantos anos de silenciamento. Então escrever tem sido esse reencontro e refúgio.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Em geral, ao final dos meus textos me vem um <i>insight</i> sobre o momento. Dessa vez não veio. Vim falar sobre depressão e a narrativa não encontrou um desfecho com significado. Não me lembro a última vez que escrevi um texto tão desconexo e sem uma continuidade de meio e fim. Talvez seja porque a depressão não faça sentido para mim ainda. Não a compreendo; não está madura; não tem racionalidade. E será que algum dia terá? Não sei, só sei que esse texto acabou por ser igual ao que ela representa para mim: uma completa falta de entendimento.</div>
Carriehttp://www.blogger.com/profile/07084386540096810706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3796113411246433646.post-14733355700164823762018-09-26T16:31:00.002-03:002018-09-26T16:32:49.411-03:00Riso<div style="text-align: justify;">
Essa foi uma noite bonita.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu cheguei em casa cansada, depois de uma reunião do GT de comunicação e da plenária do Ato das Mulheres e achei que ia descansar. Mas assim que coloquei o pé dentro do quarto surgiu a necessidade de fazermos uma nota pra imprensa, o que nos tomou mais umas duas ou três horas da noite.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Até desligar o cérebro, fui dormir era umas três da madrugada. Não lembro com o que sonhei, mas sorri. Sorri, não, gargalhei. Me lembro de ter acordado de manhã, antes de o despertador tocar, gargalhando. Percebi o riso, pensei o quanto aquilo era engraçado e voltei a dormir.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A vida tem graça. Quando eu estou cuidando de mim e do mundo, a vida é feliz.</div>
Carriehttp://www.blogger.com/profile/07084386540096810706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3796113411246433646.post-63296311898906786002018-09-23T20:49:00.002-03:002018-09-23T21:05:55.918-03:00O mundo<div style="text-align: justify;">
Fim do domingo me lembrei de você. Não porque fizéssemos algo muito incrível no final dos domingos ou porque estivesse com vontade de estar com você, só me bateu, de repente, uma saudade de nós. De quando eu deitava nos seus braços e você reclamava brincando, falando que eu queria ficar "dentro de você". Você tinha muita dificuldade de aceitar afeto sem fazer qualquer palhaçada para desviar a atenção. Lembrei disso e bateu aquela saudade de nós.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Caíram algumas lágrimas, me penitenciei por elas, até que olhei pro meu sabonete facial no banheiro, no qual estava escrito "cleanance" e na mesma hora entendi: calma, isso faz parte da limpeza. As lágrimas fazem parte desse processo e você não tem que se envergonhar por elas virem de vez em quando. Me acalmei. Ao total foram umas talvez sete lágrimas. Foram poucas, mas meu racional logo se preocupou. Me tranquilizei com a mensagem no banheiro e me pus a pensar... e me lembrei.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Me lembrei do final de semana anterior ao término, quando estávamos na casa da avó do seu amigo, você foi pegar minha mochila no meu carro, porque algo estava incomodando meu olho e meu produto das lentes estava na minha mochila lá fora. Voltou com a mochila e uma notícia para os amigos: vão lá porque há duas meninas negras, como vocês gostam.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aquela interrogação na minha mente, mas decidi não dar muita atenção àquilo. Os dois saíram à caça das meninas, meu ex ficou conversando com a avó do amigo dele e eu fui ao banheiro mexer nas minhas lentes. Voltei para a sala e um pouco depois os dois meninos voltaram dizendo que tinham pegado o instagram das meninas. Muito burburinho em torno do assunto e indaguei: que história é essa de você ir lá fora e voltar falando de mulher? (na mesma hora pensei o caos social que seria se tivesse sido eu.) Começou o "deixa disso" por parte do meu ex, o "nada a ver" e a avó do amigo dele me olhava... ela já sabia do que acontecia, hoje percebo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um tempo depois meu ex me pediu para irmos embora. Deixei-o em casa, fui para a minha. Um tempo depois ele me ligou dizendo que a luz tinha faltado lá, perguntando se tinha também na minha casa. Um pequeno papo, desligamos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nada demais se naquela madrugada em que eu terminei eu não tivesse lido que por volta daquela hora em que você me ligou você tinha mandado uma mensagem para o seu amigo falando: "rápido, pergunta se as mulheres querem sair". Depois ainda ligou para ele - se eu te conheço bem, para saber se ia ter a saída, o que constatei ao olhar as chamadas no telefone.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ao lembrar dessa cena imediatamente minha pequena saudade se esvaiu. Saudade do quê? Na minha cara, pegando a minha mochila, no meu carro, ele conseguiu articular uma traição. No meio de uma circunstância completamente mundana ele profanava.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nesse momento entendi que era hora de colocar no lugar o globo terrestre que eu tinha comprado e guardado para dar de aniversário para ele. Aqui cabe um parênteses: antes de terminar, nas semanas, talvez meses anteriores, eu estava me sentindo muito encurralada, muito insatisfeita e infeliz porque estava entrando em um processo de conscientização de que eu nunca seria realmente feliz, em paz naquela relacionamento. Me debatia comigo mesma e com meus guias à noite. Eu tinha um <i>deadline</i>, pois tinha colocado em minha cabeça, depois de uma consulta astrológica, que se meu ex não se emendasse eu terminaria com ele no fim do ano.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em uma daquelas tantas noites chorando sabendo o que eu tinha que fazer, mas sem saber como, onde arranjaria forças dentro de mim para isso, eu pensei no globo terrestre que eu tinha comprado pra ele e estava guardado. O aniversário dele seria no dia 31 de agosto e eu pensei que seria muita vitória se eu conseguisse terminar antes e colocar o globo na minha estante, como símbolo do meu triunfo, como a materialização de que, mesmo após três anos de sofrimento, eu consegui dar fim ao relacionamento.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pois bem, depois da pequena saudade e da enorme lembrança que se abateu sobre mim nesse domingo, soube que era a hora de colocar o globo terrestre onde ele sempre pertenceu: na minha estante! Estava adiando esse momento porque como tinha dado a ele o presente na noite do dia 31 e terminei com ele na manhã no dia 1o, achei que seria doloroso demais ficar olhando para o presente que eu comprei para ele, que eu dei para ele, mas que neguei a ele ao mandá-lo embora (sim, ele teve a cara de pau de reivindicar o presente depois de eu ter visto vários absurdos no celular dele, como uma foto do pau dele - que ele não tinha mandado pra mim, e uma conversa sobre ele e os amigos terem ido para a Vila Mimosa - para quem não conhece, é o lugar em que se, digamos, contrata uma prostitua por qualquer vinte reais). Achei que seria difícil ficar lembrando de como ele acordou assustado ao eu abrir a cortina e mandá-lo embora naquela manhã.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Realmente, seria difícil... se não fosse mais difícil ainda me lembrar quantas mentiras, quantas traições, quantas humilhações, quantas agressões, quanta violência, quantos absurdos eu sofri durante os últimos três anos. Ficar com o globo não foi nada...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Coloquei o globo terrestre na minha estante e ficou perfeito. Parece que estava faltando exatamente ele no local onde está. O globo está no lugar certo porque eu mereci o mundo; eu mereço em todas as belas acepções que a palavra "mundo" pode ter. Eu conquistei esse direito. Agora, o mundo é meu. </div>
Carriehttp://www.blogger.com/profile/07084386540096810706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3796113411246433646.post-16317863785997298622018-09-21T16:14:00.000-03:002018-09-21T16:27:34.664-03:00Sextas-feiras<div style="text-align: justify;">
Sempre amei sextas-feiras. Dizem que por ser taurina tem algo relacionado ao meu signo, mas seja lá qual for a razão sempre tive uma relação especial com o dia. Não só porque é o início do fim de semana, mas talvez porque minha memória afetiva construiu sextas solitárias fazendo o que EU mais amava.<br />
<br />
Quando era menor, as sextas eram dedicadas a ir com meu pai buscar minha mãe no trabalho, passarmos no mercado, irmos a uma locadora. Isso nem pode ser considerado um programa, mas era um itinerário que eu adorava. Ou mesmo a assistir chiquititas ou a um filme sozinha. Lembro de ser um dia dedicado a coisas que eu realmente gostava de fazer - principalmente sozinha.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Lembro que na época da faculdade, quando meus pais estavam mais folgados financeiramente - afinal eu estudava em uma Universidade Pública, eu ia para uma rua aqui da minha cidade, a melhor de lojas, e passava a tarde experimentando roupas. Na verdade, eu estava experimentando sonhos. A cada roupa eu me imaginava em uma situação, a cada acessório que eu pensava em adquirir havia pro trás a vontade de ser melhor: uma mulher mais forte, mais bem decidida, mais dona de si e mais atraente também. Passei meses e até anos tendo esse ritual semanal de passear pelas lojas e fazer comprinhas às sextas sozinha. E eu adorava... Tempos das vacas gordas, naturalmente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Saí da faculdade, engatei um namoro e minhas sextas-feiras passaram a ser em um ônibus, cheia de bolsas, indo para a Barra da Tijuca, onde meu namorado morava. Por um tempo foi legal, mas depois passou a virar ressentimento o fato de eu ter sempre que ir, que nem uma muambeira, para a casa dele, conviver com os pais dele, os amigos dele, o quarto dele, tudo dele. Ele terminou comigo e meu mundo acabou durante uns cinco meses, até que conheci meu ex namorado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Entre uma coisa e outra as sextas viraram lamúria. Ficava triste, reservada, amuada. Passei todos os cinco meses chorando. Quando eu comecei a me reerguer conheci meu ex. Logo as sextas passaram a ser um misto de ansiedade e agitação para estarmos juntos, para saber se estaríamos juntos, para nos encontrarmos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nossa relação foi ficando mais séria e minhas sextas-feiras passaram a ser nossos encontros. Na verdade, no início, nós estávamos juntos o tempo todo. No nosso segundo ano de namoro, porém, minhas sextas desmoronaram. Ele passou a inventar toda uma sorte de motivos para não estar comigo e sair com os amigos escondido - coisa que agora eu sei mas que passei na penumbra por muito tempo. Passei uns seis meses vivendo sextas horrorosas, porque se uma coisa que era certa era que eu nunca sabia de onde viria o tiro. Como ele apelava dizendo que tinha que ficar com a mãe, porque estava doente etc, eu tentava me adequar naquela caixa difícil de caber. Seis meses depois, esse tipo de sexta chegou ao fim: li conversas dele com os amigos dele no celular e terminei.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As duas sextas de término foram horrorosas. Lembro de ter encontrado uma amiga, me distraído, mas eu estava em pedaços. Não demorou muito para os anseios dele de voltar me convencerem. Voltamos. E na volta eu fui categórica: estou reatando o namoro, mas não vou passar pelo que eu passei com você nos últimos meses. Se for pra ser assim, tchau. Não foi. Ele entendeu bem que final de semana era sagrado, que nas sextas o nosso encontro era quase uma cerimônia de estabilidade do namoro, e poucas vezes brincou mais com a data.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Entretanto, ele levou meu aviso quase ao pé da letra e nos últimos tempos respeitou a sexta e o sábado à noite, mas resolveu farrear durante a semana. Minha intuição me dizia que tinha algo errado, mas resolvi esperar... a sexta. Chegou o aniversário dele na sexta e comemoramos. Na madrugada olhei o celular dele, conversas tortas com os amigos e adeus.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje é a terceira sexta depois que terminei o namoro. Estou bem. Na primeira sexta era pós feriado e passei com minha mãe, vi filmes etc; na segunda sexta eu fui para um curso no Rio, voltei super cansada e até dormi cedo; e hoje estou aqui refletindo sobre sextas... São quatro horas da tarde, ainda é cedo. Eu nem deveria estar escrevendo isso agora. Na verdade eu vim escrever porque estou preocupada com minha saúde física que ficou tão abalada nos últimos meses por causa desse relacionamento tão absurdamente tóxico. Estou preocupada e vim escrever um pouco para aplacar minha ansiedade de continuar comendo vorazmente como tenho feito desde que ele me espancou há seis meses atrás. Não estou me escondendo atrás disso, mas certamente estou tendo que enfrentar de frente as consequências. Estou ponderando a terapia, a academia, o livro que vou ler, os métodos que vou utilizar para me curar. Penso em mim... quanto? O tempo todo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esta sexta eu sei que vou passar assim, na paz de estar livre e na ansiedade de ter que lidar com as sequelas que ainda estão presentes. Diante de tantas coisas importantes com as quais lidar, uma ao menos está resolvida: estou em paz! A paz de me habitar, de me bastar e de me ter. Me tenho quando me respeito, me tenho quando me converso sobre limites, me tenho quando me reflito por inteira. Me tenho aqui e agora para me ter cada dia mais. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É assim que caminha esta sexta, no meu novo passo. Não sou astróloga, então não posso referendar, mas posso dizer, empiricamente que, pra esta taurina aqui, é inegável que as sextas representam grandemente o estado astral do meu ser e hoje, graças, sou paz - e provavelmente um livro e um chocolate.</div>
Carriehttp://www.blogger.com/profile/07084386540096810706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3796113411246433646.post-45330199173484919342018-09-19T18:09:00.000-03:002018-09-19T18:18:39.022-03:00Sobre acordar<div style="text-align: justify;">
Estava ótima ontem antes de dormir. Coloquei um vídeo que falava sobre narcisismo para dormir, somente naquela onda de fixar as ideias. Tenho trabalhado sobre a questão assim: descobrimentos, mantras e reafirmações. Adormeci bem.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O despertador tocou às 9h30, mas eu ainda muito cansada, então coloquei para me acordar novamente às 10h30. Mas nem foi preciso, porque por volta de 10h19 acordei espontaneamente de um pesadelo. Foi preciso apenas 49 minutos para minha cabeça dar um looping em um "sonho" tenebroso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nele, a gente tinha se encontrado na minha casa (não nessa onde eu moro hoje, uma outra, casa mesmo) com um casal de amigos nossos, para jantar. Você fazia de tudo para ser um fofo, para eu te ver com bons olhos e querer voltar com você.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não voltei. Me despedi e no adeus você conversou na minha frente com seu amigo, sobre o que você faria no resto daquela noite. Em vez de ir pra casa, como alguém que gostaria de retomar o relacionamento faria, você disse que estava pensando e decidiu ir com esse amigo, com uma amiga nossa e a amiga dela para Petrópolis.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No pesadelo, eu voltei para dentro de casa e me desesperei. Pensei: meu Deus, Petrópolis? Lugar de frio, de estar junto... meu Deus, vou perder. Me desesperei completamente e comecei a andar de um lado para o outro pensando em retomar o relacionamento. E aí me veio na cabeça ligar para ele e pedir pra ele ir de novo lá em casa, naquela hora. Mas e se ele se negasse? Ele voltaria da viagem só porque eu pedi?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Me lembro de um desespero muito profundo, mas também de uma racionalidade muito intensa de que não, eu não poderia voltar a namorar com ele. Não porque eu contei um pouco (quase nada) para as pessoas sobre o que ele fez comigo, mas porque EU SEI que não devo voltar a namorar com ele. Que EU NÃO MEREÇO. Meu ego, meu medo, meu sei lá o que deveria se resolver sozinho, porque eu não iria voltar atrás, tipo um: <i>honey, suck it</i>!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acordei muito tensa e angustiada. Vê-lo no "sonho" foi horrível, me dilacerou. Vê-lo.. na minha frente, na minha casa que não existe, naquela relação que não era mais o que foi. O toque de realidade ficou em ele querer voltar mas agir de forma completamente contraditória, dizendo na minha frente que iria passar o final de semana viajando com um amigo e duas mulheres. Mas volto a dizer.. vê-lo foi a pior parte. Perto mas tão longe. Tão longe de eu poder voltar a me enganar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não queria vê-lo. Não quero nem tão cedo. Aliás, se eu puder, não quero vê-lo nunca mais. Antes de o despertador sequer tocar, abri os olhos. Acho que foi a dor, o temor sobre os pensamentos de considerar voltar.<br />
<br />
Meu Deus, por que voltei a dormir, em vez de levantar? Tem horas que o melhor é mesmo acordar.</div>
Carriehttp://www.blogger.com/profile/07084386540096810706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3796113411246433646.post-40034343781216678312018-09-19T17:53:00.002-03:002018-09-19T17:54:08.506-03:00Coisa de início e de fim<div style="text-align: justify;">
Pra um término eu quase não chorei.</div>
<div style="text-align: justify;">
Pro nosso término eu quase não chorei.</div>
<div style="text-align: justify;">
Chorei tanto nos últimos anos que agora pouco sobrou.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><i>"Know it sounds funny</i></i></div>
<i>
</i>
<div style="text-align: justify;">
<i><i>But, I just can't stand the pain</i></i></div>
<i>
<div style="text-align: justify;">
<i>Girl, I'm leaving you tomorrow</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Seems to me girl</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>You know I've done all I can</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>You see I begged, stole and I borrowed! (yeah)</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Ooh, that's why I'm easy</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>I'm easy like Sunday morning</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>That's why I'm easy</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>I'm easy like Sunday morning"</i></div>
</i><br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Faz cinco meses que nosso namoro acabou dentro de mim. Foi em março de 2018, em Saquarema, quando você me espancou, me arrastou pelo chão, me jogou contra a cama. Quando eu coloquei um fio na janela para conseguir sair do quarto e ir embora. Foi naquele dia que o último pedaço do meu coração que ainda segurava a gente se quebrou.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<i>"I can see clearly now the rain is gone.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>I can see all obstacles in my way.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Gone are the dark clouds that had me blind.</i></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<i>I can see clearly now the rain is gone.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>I can see all obstacles in my way.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Here's the rainbow I've been praying for."</i></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dói relembrar o quanto eu era apaixonada por você. Ouço as músicas que eu ouvia à época em que te conheci e hoje me dói saber que eu fui apaixonada por uma pessoa que não exatamente existia. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No nosso primeiro ano eu daria minha vida por você. Dentro de mim eu não só era a mulher mais sortuda do mundo por ser amada pela pessoa que eu era apaixonada, mas também por achar que nós éramos imbatíveis. E nós éramos. Por um ano nós fomos porque foi real dentro de mim. Nós conversávamos tanto, nós estávamos sempre juntos, nós tínhamos tantos sonhos em comum, nós nos completávamos. Você o idealizador e eu a realizadora. Era uma combinação perfeita, mas que nunca sairia do papel.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<i>"A friend indeed, come build me up</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Come shed your light, it makes me shine</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>You get the message, don’t you ever forget it</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Let’s laugh and cry, until we die</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>If it wasn’t for you, I’d be alone</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>If it wasn’t for you, I’d be on my own</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Don’t wait ‘til I do wrong</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Don’t wait ‘til I put up a fight</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>You won my heart, without a question</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Don’t wait for life</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>I care for you, I talk to you</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>In my deepest dreams, I’m fortunate</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>We got a friendship, no one can contest it</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>And not to mention, I respect you with my all</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>If it wasn’t for you, I’d be alone</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>If it wasn’t for you, I’d have to hold my own</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Don’t wait ‘til I do wrong</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Don’t wait ‘til I put up a fight</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>You won my heart, without a question</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Don’t wait for life</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Not a thing in the world could get between what we share</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>No matter where you at, no worry I’ll be there</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>No one’s got your back like I do</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Even when the business ain’t going well, we still cool</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>When I shine, you shine, always on your side</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>All my life you’ll have what’s mine</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Mark my word, we gon’ be alright</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>My brother, my sister we gon’ be just fine</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>If it wasn’t for you, I’d be alone</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>If it wasn’t for you, I’d be on my own</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Don’t wait ‘til I do wrong</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Don’t wait ‘til I put up a fight</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>You won my heart, without a question</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Don’t wait for life"</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>(Don't Wait - Mapei)</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas já havia sinais. Aliás, eles estavam todos ali. No fundo eu sei que o certo a ter sido feito era ter terminado naquele dia em Saquarema (olha a cidade aí de novo...) em que nós éramos ficantes muito assíduos - leia-se, estávamos juntos todos os dias, compartilhávamos tudo; só não tínhamos oficializado ainda - e eu vi no seu celular dezenas de conversas sobre sexo com outras mulheres. Na época eu suspeitava porque você não deixava o celular perto de mim por nada, mas naquele dia eu olhei e vi. Só que eu não enxerguei. Me ludibriando, por causa de umas leituras que eu tinha feito que diziam que o homem, no início, tem dificuldade de largar os "casinhos", eu achei que aquilo logo passaria; que era coisa de início. Em verdade foi coisa de início e de fim. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<i>"99% anjo, perfeito</i></div>
<div>
<i>Mas aquele 1% é vagabundo"</i></div>
<div>
<i>(Aquele 1% - Wesley Safadão)</i></div>
<div>
<span style="color: #2d2d2d; font-family: "rubik" , "arial";"><span style="font-size: 21.6px;"><br /></span></span></div>
Nota mental: sempre prestar atenção nas músicas que o cara canta com muito furor..<br />
<div>
<br />
<div>
<div>
Mesmo assim eu segui. Era desesperadora a ideia de deixar de viver toda aquela paixão. Eu precisava. Não havia outra força dentro de mim. Quantas vezes eu andei na rua visualizando nosso casamento. Eu entrando de noiva, você me esperando enquanto tocava "All of me".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div>
<i>"What would I do without your smart mouth</i></div>
<div>
<i>Drawing me in, and you kicking me out</i></div>
<div>
<i>Got my head spinning, no kidding, I can’t pin you down</i></div>
<div>
<i>What’s going on in that beautiful mind?</i></div>
<div>
<i>I’m on your magical mystery ride</i></div>
<div>
<i>And I’m so dizzy, don’t know what hit me, but I’ll be alright</i></div>
<div>
<i>My head’s under water</i></div>
<div>
<i>But I’m breathing fine</i></div>
<div>
<i>You’re crazy and I’m out of my mind</i></div>
<div>
<i>‘Cause all of me</i></div>
<div>
<i>Loves all of you</i></div>
<div>
<i>Love your curves and all your edges</i></div>
<div>
<i>All your perfect imperfections</i></div>
<div>
<i>Give your all to me</i></div>
<div>
<i>I’ll give my all to you</i></div>
<div>
<i>You’re my end and my beginning</i></div>
<div>
<i>Even when I lose I’m winning</i></div>
<div>
<i>‘Cause I give you all of me</i></div>
<div>
<i>And you give me all of you"</i></div>
<div>
<i>(All of you - John Legend)</i></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quase tirei essa última frase deste texto, a que diz "você me dá tudo de você". Porque eu sei que eu dei tudo de mim e você me deu pouco. Mas seria inverídico com a história real se eu não dissesse que você me deu tudo de você. Porque você me deu; é que você tinha pouco mesmo. Foi o que me fez finalmente conseguir ir embora: entender que você não tinha dentro de você nada além do que tinha conseguido engajar no relacionamento. Mas era pouco pra mim e, ouso dizer, para qualquer relacionamento saudável.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Te amei muito. Te mimava, fazia tudo por você, genuinamente. Como Meghan Trainor falava, <i>"like I'm gonna loose you"</i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Antes de você viajar eu te dei o ultimato: se você for para a Polônia sem estarmos namorando é o fim. Depois de seis meses juntos, eu não ficaria esperando vinte dias de viagem naturalmente como se namorada fosse sem ser. Você me pediu em namoro no aeroporto. Enquanto você viajava eu malhava pro carnaval, ao som do famigerado Biel ("tô chegando, hein... - na época não se sabia o quanto machista o cantor era) e estudava pra prova de ingresso pro mestrado. Você voltou e vivemos o nosso melhor ano juntos: 2016.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
E agora, com pouca ou quase nenhuma poesia, ouvindo as músicas que eu ouvia muito no nosso início e apagando-as da minha playlist, eu acabo de acabar com mais um capítulo desse relacionamento na minha vida.</div>
</div>
</div>
</div>
Carriehttp://www.blogger.com/profile/07084386540096810706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3796113411246433646.post-37997642836686541782018-08-28T04:59:00.000-03:002018-08-28T04:59:45.890-03:00Sou eu<div style="text-align: justify;">
Não é ele. Sou eu.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Passei os últimos meses lutando mentalmente com ele. Me afastei fisicamente, me destaquei emocionalmente, me encolhi em mim mesma para me achar. Vivendo tantos abusos, resolvi me desapegar no silêncio. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Forjando minha independência, entretanto, criei uma armadilha para mim mesma. Acabou de passar por mim um sopro de ciência sobre isso. Sabe a história do predador Barba Azul? Em um momento catártico acabo de me perceber minha própria predadora: estou me matando.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Passei os últimos meses comendo, comendo e comendo. Muito. De cerca de um mês para cá tive espasmos de tentativa de reverter o quadro. Em um primeiro momento a luta contra essa tortura durou quinze dias, depois apenas cinco. Minha estratégia foi rastrear meus hábitos. Estava indo muito bem nos primeiros quinze dias, quando acabei me desvirtuando. Dessa última vez, em relação aos cinco dias que foram interrompidos, fui atravessada por uma bofetada no rosto. Eu não sei o que você sente quando é agredida. Eu sei o que eu já senti nas tantas vezes e principalmente o que eu senti da última vez.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vim escrever neste momento, depois de uma epifania, mas apenas porque agora estou conseguindo ao menos respirar. Para falar a verdade não estou sentindo nada. Coloquei uma música para ver se entro no <i>flow</i> do sentimento, para possibilitar a escrita, mas tudo em mim está estático. Poderiam dizer que é efeito do novo antidepressivo, mas não é. Estou tomando há mais de um mês e estava bem; nada parecido com o que sinto agora, que sei que é efeito colateral de uma bofetada no rosto. Semana passada o pensamento de sentar e escrever não era uma opção: ia sair sangue nas minhas tintas, ia sair lágrima de todos os poros. Estava tão latente, vivo. Doía mas eu continuava, como um cadáver em vida. A diferença é que era/é um cadáver que comia/e muito.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A agressão foi no domingo. Eu estava dirigindo e ele olhando o celular. Falei: "amor, posso te dar um toque? Você está muito viciado no celular (por causa das apostas)". Começou a acusação por parte dele de que eu também usava muito o celular. Eu falei que se um dos amigos dele estivesse no carro ele não estaria no celular (verdade mais do que verdadeira; ele estaria conversando animadamente) e o chamei de gay. Estava dirigindo e, por ter dito isso, fui esbofeteada no rosto, enquanto eu olhava para frente - sem qualquer chance de ver ou me esquivar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Claro que eu não deveria ter dito que ele era gay. Eu particularmente não compreendo por que isso é tão ofensivo, mas entendo que na construção macho escroto isso é um acinte. Mas violência física? Não, não justifica.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dizem minhas leituras que os abusadores têm um ciclo a cumprir. Primeiro a violência, depois a romantização dela. O meu, não. Sofro com um abusador que se justifica em cima de mim. Me viola várias vezes. Mas sempre me rebato com a culpa de me sentir a maior violadora de mim mesma, por permitir. Mas vamos chegar lá... antes, vamos entender o que aquele tapa no rosto significou na minha trajetória de sobrevivência.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estava eu anotando todos os meus hábitos, desde que acordava até a hora de dormir. Anotando tudo o que comia. Sentindo prazer de estar me cuidando e caminhando o trajeto que eu sabia que tinha que percorrer para me reencontrar. Estava feliz. Me isolei, me recolhi em mim mesma, mas estava encontrando muito prazer em cuidar de mim, de conseguir, dia após dia. Sabe quando você está construindo um castelinho de areia por horas? Sabe quando cada grão de areia que é sobreposto significa um horizonte cada vez mais claro do castelo? Imagina fazer isso dias e dias a fio. Ter como quase o único objetivo de vida ir à praia e sobrepor os grãos. Ao final do dia, anotar todos os grãos sobrepostos para poder perceber seus avanços. Espero que você não saiba o que se sente quando depois de dias e dias de dedicação, o mar vem e arrebata tudo, de uma só vez. Foi assim que aconteceu comigo da última vez. O problema é que a força do mar é irracional, involuntária e ontológica, mas a daquele braço, não.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu tenho focado minhas lentes, minhas práticas, toda a minha vida em me erguer, em caminhar na minha solitude, em me entender enquanto ser humano que se basta. Caminhei alguns dias na certeza de que meus hábitos saudáveis de sono, alimentação e atividades seriam a chave para a porta do meu reencontro ainda mais profundo comigo mesma. Mas fiquei ciente da potência de um soco, mais uma vez. Dessa vez eu sentia como se estivesse voltando a correr e de repente algo me arrebatasse, eu caísse no chão e lá ficasse. Sabe como quando aconteceu com o Vanderlei Silva, quando um estranho o empurrou? A diferença é que ele no mesmo minuto levantou e voltou a correr. Devo dizer, entretanto, a "pernada" que vem de dentro de um relacionamento imobiliza.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Passei a última semana obcecada em terminar. Por que não terminei o relacionamento na hora? Sinceramente? Medo. Eu sei qual é a dinâmica de quando eu tento terminar pessoalmente. Ele não me deixa ir embora, é toda uma cena que depois de uma bofetada eu não poderia pensar em passar. Então eu levei a bofetada no rosto e imediatamente me calei. Estava chegando no Rio, peguei o retorno e voltei para Niterói. Deixei-o em casa, me neguei a dar beijo, fui para a minha casa, me deitei na minha cama e quis me matar. Eu já estava morta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não estaria exagerando nem um segundo em dizer que aquele soco me matou. Não por completo, porque graças a Deus ainda respiro, mas matou mais um pouco de mim, certamente. Consegui chegar no meu quarto para começar a chorar. Em silêncio, em retidão. Não é o tipo de coisa que você chega em casa e desabafa com sua mãe se você ainda não está com cem por cento de certeza de que vai aguentar o término. Então eu me recolhi.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Passei a semana inteira quieta. Mal falei com ele. Mas falaram comigo. A vida falou comigo três vezes. Na terça-feira, quando eu fui para Seropédica e gravei pra minha rede social a fala das palestrantes, tão afinadas com meus valores e meu propósito e distantes do que acontecia na minha vida real. Minha mãe, que assistiu à Live que eu fiz da palestra e não sabe das agressões físicas, depois comentou comigo que deve ser muito difícil o que estou passando, já que penso uma coisa e vivo outra no meu relacionamento com ele. Mal sabe ela...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na quinta a vida falou comigo quando eu estava me encaminhando para a Universidade para dar uma aula sobre teorias feministas. Imagine como eu me sinto uma farsa! Eu digo para minhas alunas que elas não devem esperar o outro, que elas devem se defender, determinar o que está de acordo com os valores delas e pautarem suas relações a partir disso, mas vivo uma relação de ponta cabeça em relação a essas diretrizes.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ainda na quinta, uma conhecida veio falar comigo no facebook sobre como ela poderia saber mais sobre essas pautas feministas, já que tinha sido agredida pelo namorado, perdoou, mas ele retornou a agredi-la e ela terminou o namoro que dali a duas semanas viraria casamento. Conversei e orientei-na. Expliquei o que ela deveria fazer, o quanto tudo que ela estava sentindo era compreensível e que ele certamente faria novamente se ela aceitasse. Ela terminou o que em duas semanas seria um casamento e eu não consigo terminar um relacionamento que há três anos é dor.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tenho tanto medo de ficar sozinha que como toda a minha dor, minha decepção com ele e principalmente comigo, permaneço. Tenho tido prazer apenas em planejar e executar algumas ideias profissionais e em comer. Quando olho para a minha vida pessoal só sinto desgosto. Tenho 30 anos, sou feminista e estou em um relacionamento abusivo com um agressor que sequer reconhece e se desculpa. Eu nem sinto que fracassei, porque eu tentei de tudo, eu fiz de tudo. Eu sinto que estou fracassando, em não me libertar. Com medo de sofrer, eu sofro. Com medo de doer, dói. Com medo de ficar sozinha, estou cada vez mais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas para falar a verdade não sinto quase nada neste momento, a não ser apreensão por ser eu, como diz Jorge Vercilo, prisioneiro meu.</div>
Carriehttp://www.blogger.com/profile/07084386540096810706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3796113411246433646.post-85675123812793151662018-03-07T20:36:00.002-03:002018-03-07T20:47:18.232-03:00Castelo no chão<div style="text-align: justify;">
Calmaria. Finalmente meu barco seguia por mares romanticamente calmos. Como vocês estão? Bem! Na paz, graças a Deus! Isso me bastava, me aliviava, me fazia focar em mim, e não em nós. Acho que desde que estivemos juntos pela primeira vez eu não sentia essa paz. Será o início de um relacionamento saudável, mais maduro? - eu pensava, agradecendo.</div>
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<br /></div>
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Segunda feira, 5 de março de 2018. Tínhamos passado o sábado e o domingo em outra cidade e precisávamos voltar na segunda porque na terça eu teria que estar em casa para servir de babá do bombeiro hidráulico que realizava a 5a edição do vazamento do meu banheiro.</div>
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<br /></div>
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Estava com muita dor no estômago desde o domingo à noite. Uma dor que eu só tinha até então experimentado por segundos, naquele momento estava durando horas. Dormi e na segunda acordei ainda com dor. Ele me acordou para sairmos para almoçar. Quando eu finalmente levantei ele achou melhor comermos fora quando já estivéssemos voltando de viagem. Concordei. Arrumei parte da casa e tomei meu banho. Na verdade, eu acabei arrumando tudo, mas deixei três pratos na pia e a panela de cachorro-quente que eu tinha feito pra ele no domingo, pois ele não concebia a ideia de sair de tanta ressaca.</div>
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<br /></div>
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A verdade cronológica dos fatos é que quando me levantei para tomar banho ele me disse: tudo bem, só lava a panela de cachorro-quente, por favor. Oi? Eu arrumei tudo, só deixei isso pra você fazer; não vou lavar. Discussão. Pausa. Vou pro banho enervada, com a panela de cachorro-quente ainda suja. Tomo banho revirando mentalmente todos os meus argumentos para não lavar a bendita panela. Sim, era claramente uma questão de posicionamento.</div>
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<br /></div>
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Saí do banho, coloquei meu macaquinho (um azul que eu comprei no ano passado para ir ao aniversário dele. Um dos meus preferidos!) e encontrei ele deitado na sala sem ter movido um pelo da sobrancelha. Estava muito calor, eu estava com fome, com dor, eu só queria ir embora. E ele lá deitado, esperando o espírito santo - leia-se, eu desistir e fazer - lavar a pequena louça de três pratos e uma panela de cachorro-quente. Discussão.</div>
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<br /></div>
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A partir daí não me recordo com detalhes. Tenho cenas em minha mente: estamos discutindo muito, eu aponto o dedo falando alguma coisa, ele manda eu abaixar e mete a mão em mim. Meti o pé nele e ele partiu com tudo pra cima de mim. Com tudo, mesmo.</div>
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<br /></div>
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A cena pra mim não era exatamente uma novidade. Aqui e acolá já tinham acontecido coisas do gênero, mas essa foi a primeira vez que eu achei que fosse morrer. Recebi tapa na cara, fui jogada contra a cama, fui arrastada pelo chão, fui sufocada com a mão na minha boca para que eu não gritasse, minha cabeça foi jogada contra o chão. Eu gritava. Gritava um grito de horror, de desespero, o que supostamente piorava tudo pois ele dizia que eu estava gritando para os vizinhos ouvirem. Oi? Vizinhos? Se eu aprendi alguma coisa nesse dia é que os vizinhos não se importam. Ou não se importam tanto a ponto de fazerem alguma coisa. Porque eu gritei, muito. Quando ele me arrastou pelo chão, ele chegou a dizer: você vai fazer mesmo com que eu seja preso. Vejam bem: você!</div>
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<br /></div>
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Nariz sangrando, vestido preferido rasgado, dois galos na parte de trás da cabeça e um mais leve na frente, me tranquei no quarto sozinha. Comecei a planejar minha saída da casa, porque logo que começamos a brigar ele trancou tudo para que eu não fosse embora. Minhas malas já estavam prontas, meu carro estava lá embaixo, teria sido muito fácil ir embora e ele sabia disso, então ele tornou impossível. Fui até a sala pedir chorando pra ele abrir a porta, que eu só queria ir embora. Ele disse que não e até ensaiou dizer que íamos dormir lá. Eu surtei. Disse chorando que não, que não ia dormir lá de jeito nenhum. Fui para o quarto, me tranquei novamente e comecei a pensar em como descer para o primeiro andar. Vi um rolo de fio preto no canto do quarto e o prendi na dobradiça da porta. Joguei o rolo para baixo e vi que daria pra eu chegar no térreo. Mas e minha mala? Como eu ia jogar minha mala sem quebrar nenhuma telha nem nada que estava dentro da mala, sem chamar atenção? Fiquei um tempo pensando sobre isso e ponderando se ele não ia mudar de ideia, abrir a porta para irmos embora (eu sabia que não iria embora sozinha porque ele não ia ficar lá sozinho), mas o que me fez questionar muito se aquela ideia de me arriscar tanto era a decisão correta foi tudo o que aconteceu no revéillon; toda a minha falta de cuidado para comigo mesma, que poderia ter consequências tão mais graves. Fiquei com medo.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ele bateu na porta. Tentei tirar o fio para que ele não visse e ele bateu na porta novamente falando que se eu queria ir embora que abrisse a porta logo. Abri. Ele me sentou na cama e fez alguma gracinha. Brincou com o fato de eu ter dito que ele ia me matar. Eu só chorava. Em um dado momento olhei nos olhos dele e fiz um olhar de quem estava achando engraçada a brincadeirinha dele. Eu só queria ir embora. Fomos.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na volta, eu dirigi todo o percurso com muito sono e em completo silêncio. Ele também. Quando eu o deixei na casa dele, pediu que eu avisasse quando chegasse na minha. Não avisei. Me mandou uma mensagem tarde da madrugada falando qualquer coisa que respondi de forma seca no dia seguinte. Tenho seguido assim. Minhas respostas variam entre sim e ok. Hoje ele me chamou para jantar em uma pizzaria que gostamos muito e que estava com um preço bom e eu disse que não podia porque tinha prazo para entregar. Mentira. Eu só não quero. A pizza até queria. Mas não quero sentar à mesa com ele como se nada tivesse acontecido. Aconteceu. E eu ainda não sei como lidar.</div>
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<br /></div>
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De segunda para terça chorei muito de noite. Ontem chorei muito durante o dia, não consegui fazer nada. Pensei o dia todo em me matar. Minha vida perdeu o significado pra mim, não por causa de um homem, mas porque eu continuo passando por esse tipo de situação, que ainda por cima tem piorado de forma colossal. Ontem eu tenho certeza que eu não fiz nada com minha própria vida única e exclusivamente porque quando aconteceu o que ocorreu no reveillon, minha mãe quase parou de respirar quando achou que eu tivesse sumido. Ela passou dias e dias e quando paramos para conversar ela ainda fala o quanto o mundo dela parou quando ela, durante segundos, achou que eu tivesse sumido. É só por isso que eu não faço nada. Só por ela. Porque ela não merece ter vivido batalhando, trabalhando como fez para me dar as melhores oportunidades e eu simplesmente ser egoísta e me matar. Só por isso. É desesperador ver quanto um evento pode te levar dez casas atrás no tratamento da depressão. Você está lá lutando diariamente, fortalecendo-se, e aí vem um menino mimado e desmorona tudo. Mas o pior disso tudo é eu deixar isso acontecer.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ele me bater me magoa, mas eu não fazer nada me destrói.</div>
Carriehttp://www.blogger.com/profile/07084386540096810706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3796113411246433646.post-16839999389375772642017-12-05T04:10:00.000-02:002017-12-05T04:32:21.373-02:00Tormenta<div style="text-align: justify;">
A urgência em amar.</div>
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Minha vida mudou quando te vi a primeira vez.</div>
<div style="text-align: justify;">
Botas, jaqueta amarrada na cintura, um andar descolado, um papo inesgotável e um beijo perfeito. Foi um dos melhores beijos que você já me deu.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Paixão.</div>
<div style="text-align: justify;">
Felicidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
Vibração.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sexo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Espera.</div>
<div style="text-align: justify;">
Paciência.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ego.</div>
<div style="text-align: justify;">
Impaciência.</div>
<div style="text-align: justify;">
Namoro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje eu me lembro dos primeiros dias e sei que eu não tinha ideia de quem era você. Eu me apaixonei por uma sedutora criação perfeitamente construída.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Logo percebi sua carência; sua necessidade. Me construí também. Forjei sua necessidade. Era um casamento perfeito entre quem precisava e quem precisava ser precisada. Você e eu.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Celular escondido, mensagens de outras, propostas de sexo, briga, reconciliação instantânea, deturpação de valores. Hoje eu sei que eu deveria ter ido embora naquela noite em que vi suas mensagens para outras enquanto você dizia ser apaixonado por mim. Ali ocorreu a ruptura de mim por mim mesma: eu aceitei. Eu quis acreditar em uma verdade escancaradamente mentirosa. Eu escolhi. Era tão bom, tão inteiro para mim que eu esqueci de avaliar, racionalmente, o que tudo aquilo significava. A ponderação de valores essenciais é um erro.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu estava emocionalmente destruída. Perdi minha percepção de mim como mulher e como pessoa e te encontrei quando eu não sabia onde eu mesma estava. Melhor equação para o desastre. Acreditei na persona que hoje eu vejo as pessoas acreditarem e mergulhei em uma história com personagem principal sendo eu a codjuvante. Nada disso foi planejado. Depois de cerca de sete meses de clausura, achei que tinha tirado a sorte de encontrar minha alma gêmea no segundo beijo que dei depois do término com meu namorado anterior. Como eu poderia desistir do amor da minha vida por causa de algumas mensagens trocados com mulheres à toa? Certamente aquilo era o frisson do homem solteiro que estava com dificuldade de aceitar uma vida a dois. Paciência. Intimação. Namoro.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nosso primeiro ano é uma incógnita pra mim. Passei boa parte do ano de 2016 achando que eu tinha encontrado a pessoa certa; que eu estava vivendo o amor da minha vida; que nós seríamos para sempre; que poderíamos vencer tudo e todos; só nós me bastava. Alguma insegurança pelo seu histórico, mas, tirando o fato de que eu não podia chegar perto do seu celular, tudo transcorria mais ou menos bem. Hoje eu não sei dizer o que aconteceu em 2016. Eu sei o que eu vivi, o que eu senti, o que eu desejei e fiz, mas não sei quanto a você. Não sei por onde você estava vivendo enquanto eu fazia planos para nós. Certamente eu estava bastante insegura, mas não tinha dúvidas sobre a gente. Os outros me pareciam uma ameaça, mas não o que tínhamos. Para mim éramos invencíveis.</div>
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<br /></div>
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Parece que eu te conheço há uns 10 anos de tantas temporadas que vivemos nesses dois anos e meio de relação. 2017 chegou com uma névoa. Casamento da amiga da minha mãe você não me acompanhou. Uma depressão convenientemente inventada. Finais de semana longe. Até aquele dia em que eu vi um vídeo seu na night enquanto eu passava o sábado à noite sozinha em casa porque você disse que estava depressivo demais para me ver. O cristal mais uma vez se quebrou. Na verdade, ali a rachadura realmente foi feita, porque antes podíamos nos defender dizendo que não éramos namorados, mas não naquele momento. Naquela ocasião éramos namorados, muito namorados, comprometidos com um projeto de sonho. Sensação de morte foi o que senti naquela noite. Meu mundo foi abalado em proporções sísmicas. Minha dor era tanta e minha desordem mental era tão grande que dias depois perdoei.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Meses estranho. Mais uma, mais outra mentira. Término. Perdão. Novo ciclo. A cada episódio dessa epopéia triste eu me estilhaçava internamente. Sinceramente, olhando para pouco tempo atrás, eu entendo porque há cinco meses atrás fui diagnosticada com depressão. A culpa não é sua, não é minha; é da nossa combinação. Dos seus desarranjos e da minha fraqueza em não impor limites, em não ir definitivamente embora.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Claro que eu estava com depressão. Não havia um final de semana sem choro. Não havia um dia de paz. Não havia nada e eu ainda ainda estava ali. O desespero progressivamente me consumia. Quando eu achava que era o fim, que eu não tinha mais forças para continuar, eu ressurgia como uma fênix pouco orgulhosa. Insisti. Até que li todas as conversas do seu celular.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acabou.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Naquele momento eu já estava sendo medicada. No início. Mas quando você está abaixo do poço qualquer substância quimicamente mais preparada do que o seu cérebro solo faz efeito. Me desesperei de forma estática. Robotizada, sem conseguir expressar, mas apenas sentindo. A primeira semana foi como morrer em vida. Era assim que eu me sentia. Ia almoçar todos os dias em um restaurante perto da minha casa, ouvia áudios de um negócio novo no qual eu estava me aventurando, mas meu cérebro quimicamente me segurava diante do precipício. Não foi a traição. Não foram as traições. Foi a exposição, a indiferança, o escárnio. Tudo meticulosamente arquitetado para criar uma vida comigo e outra em paralelo. Rivotril de Calcutá.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na segunda semana eu sucumbi. Aceitei conversar e no final de semana voltei. Para onde? Estava certa de que não para onde estávamos. Rígida. Austera. Firme. Voltei com o projeto de ser quem eu verdadeiramente sou e não aceitar nada menos que isso significa. Tudo aparentemente bem. As aparências são engraçadas porque significam uma tranquilidade que por óbvio não revela nosso íntimo, nossa verdade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um whatsapp web. Uma mensagem. Duas. Três. Respondi. Fui você. Dei um fim. Fui atrás de saber, me coloquei diante de mim mesma, busquei responder de forma firme, mas ainda fraca na escolha de permanecer. Mais uma? Mesmo depois de tudo isso? Depois de termos voltado? Agora era para ser para sempre. Era...</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Discussões. Agressões. Digressões solitárias e ineficazes. Um profundo ressentimento, agora não comigo mais - porque sei que estou doente e, por isso, menos forte - mas com a articulação da nossa derrocada que você continuamente promoveu. Sem saber, acredito. Sei que, no fundo, você se vê comigo. Mas por quê, eu me pergunto. Não entendo essa vontade de permanecer que agride emocional, física e sentimentalmente. Não sou o exemplo de perfeição, mas tenho certeza que me esforço para dar o meu melhor. Por vezes erro, mas é como já ouvi: eu me esforço para dar certo. Adianta?</div>
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<br /></div>
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Pode ser que hoje você tenha se alinhado. Entendido o que eu significo na sua vida. Mas como fica isso tudo dentro de mim? Como eu faço um bem bolado dessa bagunça toda? Eu sei que sou forte. Eu sou. Mesmo tomando antidepressivo e ansiolítico - este não mais - eu hoje sei que eu sou tão forte que eu não sucumbi durante esse ano. Sem motivos para continuar eu permaneci. Não com você, mas comigo. Não desisti de mim embora tudo à minha volta me dissesse que minha vida era um disperdício sem reforma.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Agora que encontramos alguma calma eu me ressinto. Eu olho para a tranquilidade do mar e vejo os destroços, a sujeira que ficou e a insegurança de não saber se haverá outra tormenta. Não fica mais fácil; fica mais triste.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu só queria que fosse mais fácil. Eu preciso que seja.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<br /></div>
Carriehttp://www.blogger.com/profile/07084386540096810706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3796113411246433646.post-60651098174537064992017-08-23T00:59:00.001-03:002017-08-23T01:16:01.842-03:00O não sentimento da ausência<div style="text-align: justify;">
Sabe aquele pensamento de que quando alguém ou alguma coisa te incomoda é porque algo em você, que você não gosta, foi tocado? É assim que me sinto em relação a alguns casais nossos de amigos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Domingo estávamos no aniversário de um amigo seu que desde que eu conheço é parte de um casal que por vezes me incomoda. Me incomoda porque eles começaram a namorar antes; porque ele demonstrava estar muito apaixonado; porque ele fazia surpresas meticulosamente pensadas no aniversário dela; porque eles viajavam para cidades próximas apenas os dois; porque ele a chamou para morar com ele custeando a vida a dois; porque ele sempre postou e ainda posta fotos com legendas apaixonadas; porque depois de quase dois anos eles ainda embalam esse amor da mesma forma - ou pelo menos com bastante vigor.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nenhum relacionamento é perfeito, claro. Sabemos de alguns problemas que ali existem, mas considero que o conjunto é harmônico. E é essa harmonia do conjunto que me incomoda. Tudo o que nos falta. Nossa relação é morna. A maior emoção em geral aparece nas brigas. Rompantes. Calorosos arroubos, arrombos, pedidos de socorro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aquele outro casal de amigos seus também me incomoda. Inclusive, muito por eles que eu acabei fraquejando no segundo final de semana que estava decidida a nunca mais olhar para a sua cara. A falta que ele sente dela. A vontade dele de estar com ela. O carinho dele por ela. O tratamento.. Tudo me afronta. E me afronta porque me força a olhar no espelho e ver que eu não tenho nada disso com você. Aliás, na verdade me escancara, mais uma vez, o seu descaso - e o meu também - por mim.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Daqui a uma semana e meia eu vou viajar. Em todas as conversas você só "brinca", diz que vai sair, vai fazer e acontecer. Uma vez, duas, talvez, vá lá, dá pra rir. Mas você nunca sabe medir a linha tênue entre a brincadeira e o deboche. Talvez um dia você tenha tido legitimidade para brincar com esse tipo de coisa, mas hoje? Hoje você, eu, todo mundo sabe que isso tudo passou de uma mera brincadeira, uma simples implicância.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Uma grande parte de mim está tomada pelo vazio de saber que não vou fazer falta. Pelo contrário, sinto que minha ausência será festejada. Porém, ao mesmo tempo sinto que estou perdendo tempo em pensar e sentir isso, porque acho que eu deveria estar em paz com essa realidade se eu continuo escolhendo ficar com você "apesar de" toda a falta que esse relacionamento me perpetua. Mas a gente manda em sentimento? A gente pode até tentar coordená-los, mas todos eles ficam ali alojados mesmo que escamoteados. Não dá pra tirar, dá apenas para acomodá-los em lugares menos penosos. É isso que eu tento fazer todos os dias, ao pensar e sentir toda essa indiferença.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu achei que depois de tudo o que aconteceu, de você sentir minha falta, as coisas seriam diferentes. Não são. Algumas formalidades extremamente elementares foram restabelecidas, mas a essência não mudou. E não vai mudar, porque é da minha natureza querer o romance e é da sua renegá-lo a quem te valoriza.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É como se eu estivesse há dois anos apenas ficando com você. Sabe aquela fase em que as pessoas propositadamente escondem sentimentos, camuflam emoções para não se comprometerem? Todo nosso relacionamento tem sido assim. Por isso que eu qualifico-o como morno, porque qualquer coisa que não seja entrega me parece medíocre. Eu sinto muito.</div>
Carriehttp://www.blogger.com/profile/07084386540096810706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3796113411246433646.post-50851845088600488442017-08-14T20:27:00.000-03:002017-08-14T20:46:05.940-03:00Ir<div style="text-align: justify;">
Ter tudo e nada ao mesmo tempo. Estar mas não pertencer. Em tudo estou mas em nada me encontro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Olho para o lado e não reconheço minha mãe, meu pai, meu namorado, meus amigos. Quem somos nós? Já fomos tanto e agora resta um incômodo vazio da presença física. Estamos todos em salas individualmente compartimentadas, juntos em momentos isolados mas dispersos na alma.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Assisto a um vídeo que me toca e chamo minha mãe ao meu quarto. Sabia que haveria má vontade mas que viria. Ela vem com a permanente, velada e compreensiva ânsia de que eu compartilhe um <i>insight </i>de vida, uma evolução profissional, o encontro do meu caminho. Naquele momento, entretanto, eu só tenho a oferecer um lugar ao meu lado para assistir a um vídeo do meu interesse. É pouco.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em um acaso descuidadosamente articulado pela vida, em um dos minutos iniciais do vídeo há uma fala sobre pais que erroneamente buscam determinar o caminho profissional dos seus filhos. Eu nem lembrava daquela frase do astrólogo, que discorreu abundantemente sobre sua infância em Moçambique, seus anos em um orfanato em Portugal, outros em uma escola anglo-holandesa e que, assim, contava entusiasmadamente sobre seus trinta e quatro anos de peregrinação profissional na astrologia. Para mim, o vídeo era sobre astrologia. Para minha mãe, era sobre a tirania materna.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Olhei para ela e percebi que olhava para os lados, desconfortável, impaciente. Falei que poderia sair do quarto, se quisesse. Ela me disse que eu podia ser o que eu quisesse, em um começo de discurso sobre uma liberdade consentida pelo desespero. Na mesma hora eu me insurgi contra o assunto e encerrei o vídeo. Eu queria compartilhar um interesse, mas minha estagnação profissional é uma esponja que acaba por absorver qualquer interação genuína sobre outro assunto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ela sai do quarto e eu fecho a porta querendo fechar minha vida. Minha vida... Se eu pudesse eu teria feito as malas e ido embora naquele momento. Por tão pouco, alguns me questionariam. Por tanto, eu diria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Naquele momento percebi que eu iria embora, sozinha, e por mais amor que exista dentro de mim, não haveria razão para voltar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aqui sou incômodo, sou atraso, sou o sonho irrealizado de pais compromissados com a segurança. Não julgo eles. Não me julgo. Mas claramente não pertenço.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando penso em ir me dói a ausência do tempo compartilhado. Todos nós vamos morrer, logo me lembro, então a angústia de perder o tempo que ainda temos me toma. Mas como perder algo que não existe? Tempo? Que tempo temos separados por paredes de concreto que isolam cômodos, televisões e mundos tão diferentes? Nossas almas estão unidas por um endereço e separadas pelo silêncio.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Posso ir e não retornar livremente, pois sei que não teria ao que retornar. Não agora. Não assim. Habito um quarto que não deveria ser meu. Há um cronômetro psicológico que tiquetaqueia minha partida. Enquanto permaneço fracasso.<br />
<br />
Essa distância emocional paternal é um lugar comum para mim, mas estranha em relação à minha mãe. Não nos reconheço e por isso não sei mais quem eu sou. Como posso querer romper meu vínculo mais forte com a vida para me tornar eu mesma? É um paradoxo incontrolável que pulsa os meus dias, que motiva a prescrição antidepressiva e que me faz percorrer os mais diversos caminhos para achar, de uma só vez, todas as respostas. Para que eu possa ser eu, minha mãe minha mãe, meu pai meu pai, todos nós habitando espaços fisicamente separados para que possamos finalmente nos encontrar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Há um outro fator é curioso na ideia de ir embora. Penso em ir embora como se nada deixasse para trás, embora eu tenha formalmente um namorado. Aqui, nesta cidade, neste bairro, a poucos quarteirões. Poucas quadras, mas quilômetros de distância. Também estamos mas não somos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Normalmente pensaria que ir embora seria motivo de grande dor para os que ficam. Neste momento, entretanto, não é o que me afigura. Não sinto que estaria deixando nada para trás porque não me sinto parte de ninguém. Olho para ele, sei tudo o que já vivemos, tudo o que hoje vivemos, mas sinto que não tenho o que abandonar. Ir embora... de onde? Não estou em lugar algum.</div>
Carriehttp://www.blogger.com/profile/07084386540096810706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3796113411246433646.post-11475198591694489412017-08-08T04:22:00.002-03:002017-08-23T01:25:11.458-03:00O que dói<div style="text-align: justify;">
Foi um grito.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sangrava há seis meses. Mas eu não via. Eu apenas sentia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Você cortou meu cordão umbilical com meus mais ingênuos sonhos. Arrancou de mim a minha criança, a minha fé.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje sou capaz de enxergar o que passei vinte e nove anos da minha vida ignorando e que eu gostaria poder continuar desconhecendo: a dificuldade humana de viver um amor.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Viver. Sentir. Ser.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um dia eu te amei com todo o meu coração. Com tudo o que eu tinha e também não tinha para dar a alguém. Eu forjaria todo o necessário para viver ao seu lado, com você.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu fiz muito por você, pela sua família, pelo seu trabalho, mas nada disso verdadeiramente me importa. São passagens que só me mostram o quanto eu, taurina sagitariana, fui capaz de dar por amar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu te idolatrava. Andar com você, ser amada por você, ser validada por você era uma força motriz que me movimentou por um profundo caos durante dois anos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu largaria a cidade. Eu viveria uma vida simples. Eu abriria uma agência lotérica. Eu ouviria suas longas histórias todas as noites. Eu dormiria em um colchão velho... só pra estar ao seu lado. Eu trabalharia onde nunca quis para ser independente financeiramente. Pra ir embora com você.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje eu sei o que é a paixão. Ela te impulsiona e te afoga com a mesma força. "Deus, muito obrigada por me dar a oportunidade de conhecer, sentir e viver essa paixão." "Deus, eu gostaria de nunca tê-lo conhecido."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Parecem dois lados da mesma moeda, mas não são. São distâncias que me modificaram para sempre.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje eu me olho no espelho e tento esconder de mim uma parte de mim mesma. Olho meio de lado, de canto, como que em um relance, para não precisar enxergar o que está tão escancarado na minha mente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Voltar para muitos pode significar perdão. Voltar, para mim, foi ignorar e colocar para debaixo do tapete da minha alma algo que eu sei que eu não sou capaz de ultrapassar. Eu sei que, de alguma forma, eu sempre vou estar ligada àquele momento. Não a todos os finais de semana nos quais você sistematicamente me enganou e me traiu. Mas a quando eu me atirei à verdade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu sei que fui eu. Não foi mais ninguém. Não foi um anjo. Não foi Deus. Não foi um amigo. Não foi minha família. E também não foi você. Fui eu que decidi me confrontar com a verdade. Não sei se por coragem ou por não ter mais forças pra sustentar a dor de viver uma dor sem saber o porquê.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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O que nós vivemos hoje eu não sei se é uma segunda chance. Em uma segunda chance ambos estão emocionalmente dispostos a se entregar e eu não estou disponível. Acabo por me colocar na berlinda novamente ao me arriscar a um reiterado e aprofundado sofrimento, mas o duro é perceber que faço isso sem acreditar em um destino mais honesto. Sem acreditar nem em você nem em nós.</div>
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<br /></div>
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E eu sei que isso é o mais me dói. Não é enxergar quem você é, mas sim quem provavelmente nós nunca seremos.</div>
Carriehttp://www.blogger.com/profile/07084386540096810706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3796113411246433646.post-4187739472354900492015-09-11T19:57:00.004-03:002015-09-11T20:00:33.706-03:00Quem tem certeza?<div style="text-align: justify;">
Acho que um dos grandes calafrios de estar solteira ficando com alguém é não ter certeza. Não ter certeza se vocês vão se ver; não ter certeza se você é a única; não ter certeza se você quer ele como único (mentira, em geral a gente tem alguma noção do que quer); não ter certeza se a relação vai virar relacionamento.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sabe como é? Isso se chama, na verdade, paranóia em querer controlar tudo. Sim, porque, vejamos, é claro que estar em um "relacionamento sério" dá aquela segurança maior dos sentimentos da pessoa por você e dos seus por ela, da intenção de construir algo juntos etc. Essas seguranças aí ficam bem definidas se o relacionamento for bom, mas será que dá mesmo pra ter certeza 100% do sentimento do outro o tempo todo?</div>
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<br /></div>
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Não, não dá. E quem disser que dá é porque nunca viveu um término. Um término definitivo não acontece do dia pra noite. Ele surge como uma ideia, é trabalhado, arquitetado, até que, em algum momento, vira realidade. No ínterim entre o surgimento da ideia e o dia fatídico, o que acontece é que você estava com aquela pessoa, muitas vezes achando que estava tudo tranquilo e, na verdade, não estava.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nas minhas imersões budistas eu aprendi muito sobre o desapego. Sobre a ideia de viver o hoje, além do fato de haver o amor amoroso e o amor genuíno. Eu tenho certeza que ainda não estou no nível de amor genuíno pelo meu escolhido da vez, mas também sei que já melhorei na possessividade do amor amoroso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Evoluir é uma construção diária. Você acha que está com tudo, doutrinando que nem Buda, daí vem a vida e te coloca uma pedrinha no sapato que faz você perceber o quão engenhoso é esse negócio de viver de forma desapegada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E ter certeza é justamente fantasiar o controle na esfera da realidade. Fantasiar sim, afinal nem nós sabemos o tempo todo o que nós sentimentos sobre tudo, imagine tentar imaginar e controlar o que o outro pensa. Sim, é impossível.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu não tenho a fórmula mágica ainda (tenho esperança de atingir esse lugar ideal), aquela que vai me trazer paz absoluta independentemente dos acontecimentos ao meu redor, mas acho que o fato de eu estar buscando uma compreensão maior do outro, de mim e do universo já é um bom começo. Entender que o controle já é um sofrimento em si mesmo e tentar se afastar desse lugar no primeiro sinal de aparição já é um avanço.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E assim a gente segue, dia a dia, tentando liberar os outros e a nós mesmos dessa prisão falaciosa que se chama controle, aquele que sempre aparece travestido da singela vontade de ter certeza.</div>
Carriehttp://www.blogger.com/profile/07084386540096810706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3796113411246433646.post-45317782106703553632015-09-08T22:35:00.001-03:002015-09-08T22:37:49.168-03:00Mural de inspiração<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidwhj1TEU91rTjBvZ0Hi2BSucE18H_tDgiIOcKCPcFbC-E0KgUnl4Ydqyt_le-rjt50MWZWKBWX_VFODo7RtonrAD03ZGvx0WXVEx3C0KbrMX7IjKdeNZXmrH9ABWPpSDNMnm0c8T9Bu_9/s1600/Image-1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidwhj1TEU91rTjBvZ0Hi2BSucE18H_tDgiIOcKCPcFbC-E0KgUnl4Ydqyt_le-rjt50MWZWKBWX_VFODo7RtonrAD03ZGvx0WXVEx3C0KbrMX7IjKdeNZXmrH9ABWPpSDNMnm0c8T9Bu_9/s640/Image-1.jpg" width="640" /></a></div>
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1) Julia Musa Faria<br />
Amo o estilo dela! Sempre com preto, branco, cinza, com uma pegada cool e chic! Fora os acessórios.. sempre fico babando.<br />
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2) Blusa linda da Bohmish Brasil. O brinco deu uma bossa maior ainda.<br />
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3) Plataforma da Schutz, que a Shantal Abreu mostrou no Snap dela.<br />
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4) Martha Deusa Graeff. Dispensa comentários.. looks incríveis SEMPRE! Print do Snap dela.<br />
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5) Roupas que adorei, também da Bohmish Brasil.<br />
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6) Julia Estilosa Faria novamente, com uma coleira tendência. Print do Snap dela (sim, sou viciada em SnapChat hahaha).<br />
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7) Lala Noleto com uma maquiagem diferente. Na verdade, nesse dia tinham feito um delineado gatinho diferente nela, que super funcionou. Fonte do print? Sim, SnapChat. hahahah<br />
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8) Karla Paniagua divando.<br />
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9) Amei o top que a Lu D`Angelo estava usando.Carriehttp://www.blogger.com/profile/07084386540096810706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3796113411246433646.post-37242493131900512672015-08-31T17:14:00.001-03:002015-09-11T19:58:17.059-03:00Karma is a bitch<div style="text-align: justify;">
Esse título não é uma frase nova. Eu já li por aí algumas vezes, mas hoje está fazendo muito sentido.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu sempre me preocupei com meu carma. Das coisas menores às maiores. Exemplo: aquele amigo de anos, com que eu já tive milhões de lances em momentos diferentes da vida, e que depois de casado insistia em insistir em mim e eu dizia exatamente essas palavras: "não, não vamos ficar, quero ir pro céu."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sim, eu usava essas palavras porque sempre pensei diligentemente no meu carma. Acho até pouco nobre isso, porque há algo muito egoísta em não querer ferrar o próprio carma, fazendo um pé de meia de boas ações pra próxima vida - ou pra essa mesma, vai saber.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Só que a vida é muito engraçada e atenta. E te pega mesmo quando você está distraída.</div>
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<br /></div>
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Há alguns anos, eu estava ficando com um cara (meu atual último ex namorado) e não tava ligando muito pra ele. Estava naquela da amizade, que às vezes saía e ficava, às vezes saía e não ficava. E assim seguia minha falta de humanidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eis que chega o dia do meu aniversário e eu resolvo comemorar com minhas amigas em um sábado à noite. Só meninas, inicialmente, mais precisamente aquelas amigas de anos, que eu não encontrava sempre. De homens só foram dois namorados delas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Muito bem. Por causa dessa simples comemoração íntima com minhas amigas, eu tive que ouvir, pelos, aproximadamente, três anos seguintes, que eu tinha comemorado meu aniversário e não tinha chamado meu ex (que, à época, era um amigo-ficante-às vezes).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu achava a reclamação dele muito póstuma e desnecessária para ser levada à sério. Vamos lá, a gente nem era ficante sério, porque eu deixava claro (sim, eu falava - lembra da falta de humanidade que eu citei acima?) que não estava tão afim dele. Então, pra mim, era muito natural comemorar só com minhas amigas sem chamá-lo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas, fazendo jus ao título desse texto: sim, karma is a bitch! Meu ex ia adorar saber que hoje é aniversário do meu atual ficante e que ontem, domingo, teve comemoração na casa dele, eu não fui chamada e agora tô com uma puta dor de corno.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tá, vamos lá, tem algumas atenuantes no caso dele. Eu mandei mensagem pra ele à noite e ele me chamou. Mas eu achei que só tinha "ur muleki" lá e que eu ia atrapalhar o papo "dur muleki" (que a gente sabe que é bem diferente quando tem e quando não tem mulher no recinto) e acabei não indo. Outra atenuante é que ele não sabia que ia aparecer uma galera lá (diz ele).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tirando esses fatos - que pro meu bode não querem dizer nada, agora eu tenho que ficar vendo as postagens no facebook da galera que foi ontem comemorar com ele. Que maneiro!!!</div>
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<br /></div>
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Só de pirraça eu, óbvio, demorei séculos pra ligar pra ele hoje pra dar parabéns (vingativa). Até que ele me mandou mensagem desacreditando que eu não ia falar com ele no dia do aniversário dele, aí dei um tempo e liguei (geleca mole).</div>
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<br /></div>
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A razão de eu estar contando isso? Eu poderia dizer "sei lá", mas eu sei sim: ocupar meus dedos, que estão com fome emocional e já comeram uns 7 levíssimos com margarina (oi? vida saudável mandou lembranças!) de tanta raiva de mim mesma, dele e do meu ex, que ia ficar muito feliz de saber que eu me ferrei por uma coisa que eu fiz há uns quatro anos (sim, é nesse nível que eu acredito em carma).</div>
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<br /></div>
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Então, você que estiver lendo esse texto, tome muito cuidado com o que você faz. Principalmente se o que você fez faz outra pessoa encher seus pacová dizendo que machucou, que magoou etc. Um dia, você vai descobrir que, sim, machuca a beça.<br />
<br />
E viva o carma!</div>
Carriehttp://www.blogger.com/profile/07084386540096810706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3796113411246433646.post-55346883249068524292015-08-28T19:12:00.002-03:002015-08-28T19:15:01.935-03:00O que estou lendo<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYNBRqTnuS1N4b2PMGJOX5s4vqXcLXb7RBHbTNh-PMV77eRNEiWaQAEEPuPbqZLeCZUeBlUkTsnSssD4yo8BS4bJKroRnJ_zbVy-3fbURoALjnZYI8vZmY-JqdZfETLazYIPtNogLaFWTt/s1600/1291054-250x250.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYNBRqTnuS1N4b2PMGJOX5s4vqXcLXb7RBHbTNh-PMV77eRNEiWaQAEEPuPbqZLeCZUeBlUkTsnSssD4yo8BS4bJKroRnJ_zbVy-3fbURoALjnZYI8vZmY-JqdZfETLazYIPtNogLaFWTt/s1600/1291054-250x250.png" /></a></div>
<br />
Esse livro me foi indicado porque trata justamente sobre essa questão de se manter no agora, na respiração, no presente. Vem com um CD com faixas de diferentes formas de meditação, de interação com o agora, relaxamento. Muito interessante e, principalmente, muito importante! Acho que todos deveriam ter contato com esse tipo de compreensão, porque muito proveitoso no dia a dia.<br />
<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmgMqFywkKReR1KP9Wn3Qemnyz7TnHhCV-VX7HZk4FFq7eQbjjodtBpd8ewY-nrWp5AzOaroYuptOTX5tyoTWv_fwkDQYXnilsA8chA55RqUyp2tjVmr1DEoVB_U18OojeecCRvotaV03i/s1600/1291545-250x250.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmgMqFywkKReR1KP9Wn3Qemnyz7TnHhCV-VX7HZk4FFq7eQbjjodtBpd8ewY-nrWp5AzOaroYuptOTX5tyoTWv_fwkDQYXnilsA8chA55RqUyp2tjVmr1DEoVB_U18OojeecCRvotaV03i/s1600/1291545-250x250.png" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
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Estava muito atrás desse livro, mas só estava achando a versão em inglês (beeeem mais cara! algo em torno de R$75). Mas essa semana achei a versão português (R$35) e comprei. Sophia Amoruso é expoente no mundo da moda na internet e fez seu negócio crescer com um computador, roupas de brechó e muita disposição. Essencial para quem quer empreender!</div>
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<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Depois volto para contar melhor o que achei dos dois livros, já que estou em andamento nos dois! Mas fica a dica desde já! ;)</div>
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Carriehttp://www.blogger.com/profile/07084386540096810706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3796113411246433646.post-10213942288114793182015-06-19T23:06:00.001-03:002015-06-19T23:12:13.242-03:00Leandra Medine ❤ Men Repeller<div style="text-align: justify;">
Rio de Janeiro chuvoso e frrrriiio nesta sexta e eu, finaaalmente, com um tempinho livre aproveitando sem sair de casa. kkk Então, mãos à obra!</div>
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<br /></div>
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Estava pensando aqui sobre o que escrever e me lembrei do livro que eu li ano passado, da Leandra Medine, mais conhecida na internet como "Men Repeller". O site da Leandra começou e carrega até hoje a proposta de mostrar os looks que ela curte usar, mesmo ciente de que espanta a maior parte dos homens. Sabe tipo aquele batom vermelho que você ama e o bofe odeia? Pois é, mas em nível bem maior.</div>
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<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidjhl5X-yOPLrd1pRgCVbbr-nGVpwar3WspXKlP9-OKwHwVuckP9wH3b8NfRq8fPAA2FMu3dR4dQSMHqlmMAFgLtHiEf-ZwwhjUxWjZlgdr5IdXAl0A5oj93-CJJgaEkjD_o-mnERQYwIQ/s1600/leandra.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidjhl5X-yOPLrd1pRgCVbbr-nGVpwar3WspXKlP9-OKwHwVuckP9wH3b8NfRq8fPAA2FMu3dR4dQSMHqlmMAFgLtHiEf-ZwwhjUxWjZlgdr5IdXAl0A5oj93-CJJgaEkjD_o-mnERQYwIQ/s640/leandra.png" width="425" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um belo dia, passeando na Topshop com uma amiga, rolou a seguinte conversa:</div>
<blockquote class="tr_bq">
<b>Amiga: </b>'Como você pode gostar daqueles shorts? Você é um repelente de homem, um autêntico repelente de homem'.<br />
<b>Leandra: </b>Ela falou isso com tanta naturalidade que eu pensei 'como era ridículo eu ter sugerido que a minha vida amorosa fosse um fracasso por qualquer outro motivo; a resposta era tão natural!"</blockquote>
<div style="text-align: justify;">
Dali surgiu a ideia de abrir um site para falar de moda e sobre como as roupas mais fashionistas, desejadas pelas mulheres, podem ser um estorvo no campo da caça ao amor. kkk Mas ela nem liga. No site, dá pra ver bem as construções dos looks da Leandra, mas é no livro que a história dela se revela verdadeiramente e a gente nota como aquilo tudo vem de lá de trás. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlNOm-_g2nS-IWJgAEIdj6aBNO1Dv1XQqkAZaeUqdDWxZbEHbfgltd0aPskUA-GjMu4sQFNZYH50-VEH-xSXL7gQhDHQ_X5MxFyjGf0sCN7nunOKpL5P7DgKX2yiHaXGrKCv03vrCnL0q-/s1600/43.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlNOm-_g2nS-IWJgAEIdj6aBNO1Dv1XQqkAZaeUqdDWxZbEHbfgltd0aPskUA-GjMu4sQFNZYH50-VEH-xSXL7gQhDHQ_X5MxFyjGf0sCN7nunOKpL5P7DgKX2yiHaXGrKCv03vrCnL0q-/s400/43.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como bônus, a gente odeia e ama o Abbey, que foi o primeiro namorado, transa etc dela e com quem, entre idas e vindas, ela se casou. E, juro, sem dar <i>spoiler</i>, porque, né, isso está à distância de um clique no <i>instagram</i>, mas ele se ligou que ainda gostava dela quando a reencontrou em um ônibus e ela usava uma calça saruel. Sabe aquela que os homens e quase toda a humanidade odeia? Pois é, ele disse que ela ficou com um <i>je ne sais quoi</i> sensacional segurando o look. Tipo poderosa! E aí ele lembrou o quanto gostava dela. O final da história amorosa é que eles estão juntos e fofos até hoje. Sério, o Abbey é muito demais!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXuImPOr3W-bKv5ZWLnHkt5xZxmUgTZlInVrSCVOShy7sjpDW7QsuclsTwcDn0v_UvW6ir99rkWD4LOPvyUwINnlnBcMwhZDadq02G8Cbb0aMvtZjb2CIaMPMftuyojA5_C_TmzOPUDFZv/s1600/IMG_5915_1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXuImPOr3W-bKv5ZWLnHkt5xZxmUgTZlInVrSCVOShy7sjpDW7QsuclsTwcDn0v_UvW6ir99rkWD4LOPvyUwINnlnBcMwhZDadq02G8Cbb0aMvtZjb2CIaMPMftuyojA5_C_TmzOPUDFZv/s400/IMG_5915_1.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E me apaixono por Abbey de novo a cada vez que eu olho pra essa foto!!! Fofo demaaaais! E olha que nem foi conto de fadas entre eles, hein.. tinha muuuuuita coisa pra dar errado! Aliás, muita coisa deu errado por um bom tempo. Mas depois deu super certo! Está dando até hoje! Uhul!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas o que vale do livro mesmo é acompanhar Medine durante toda a adolescência e a nova juventude dela, com todas as encanações com o corpo; com sentimento de que não se encaixava; com a fixação desesperada por Abbey; a dificuldade com a faculdade; tudo muito bem incorporado ao mundo da moda, uma vez que, em todas as situações, Leandra tinha uma peça chave que marcou a situação.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Uma das melhores histórias <i>fashions</i> do livro pra mim é de uma bolsa da avó dela que ela venerava. Juro, pra não dar <i>spoiler</i> eu só digo que essa história vale o livro! kkkk</div>
<div style="text-align: justify;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmv6NqHmm-ohvgZ2AqjmSeGESv9H3aji4P2rlzpRoecw36i0NDmr7NVbaIMvL3pCeLnCIQD5YW3KOaKWheBni6vlaerwkIJ65RBOXdA2i-cyhaHcuhT9hAz0-d7B1BoX3_8hsFVJZHSTcl/s1600/tumblr_m27vvwevGD1qg6lfjo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmv6NqHmm-ohvgZ2AqjmSeGESv9H3aji4P2rlzpRoecw36i0NDmr7NVbaIMvL3pCeLnCIQD5YW3KOaKWheBni6vlaerwkIJ65RBOXdA2i-cyhaHcuhT9hAz0-d7B1BoX3_8hsFVJZHSTcl/s320/tumblr_m27vvwevGD1qg6lfjo1_500.jpg" width="213" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoq99XI5uk6NDiLefCYi_01h0mpUwy5RB281PbOcy-JCYEPRJfEQ3pxk2uo89B8tS4Xu_uf-9R0MtyWrSyqppQLLXqsHD4tA_wDwlGP9NT7jQKO0odpZnWcUTsj-g5enaQ5-d11zaASbBK/s1600/trend-spotting-leandra-medine.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoq99XI5uk6NDiLefCYi_01h0mpUwy5RB281PbOcy-JCYEPRJfEQ3pxk2uo89B8tS4Xu_uf-9R0MtyWrSyqppQLLXqsHD4tA_wDwlGP9NT7jQKO0odpZnWcUTsj-g5enaQ5-d11zaASbBK/s320/trend-spotting-leandra-medine.jpg" width="213" /></a></div>
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Não é literatura barroca, né, gente, mas é muito gostosinho de ler. Li no ano passado, em uma tacada só, e esse ano eu me peguei com saudade de algumas histórias. Até abri um ou outro capítulo no início do ano para reler e passar mais tempo com Medine.</div>
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Confesso que não sou assídua no site dela não, mas vez por outra dou uma passeada no instagram e amo todas as fotos dela, principalmente aquelas que ela escreve "Abbey com uma mulher não identificada (ela)". hahaha</div>
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Tem uma coisa também. Embora não seja um exemplar de beleza Victoria`s Secret nem nada do tipo, eu acho a Leandra muito bonita! Pra mim, é aquela beleza natural, quase de menina, sabe!? E também me identifico muito com os looks não escalafobéticos dela, ou seja, quando ela usa aqueles basiquinhos de alfaiataria que são elegantes e, sim, básicos, mas que não se vê muito por aí no <i>streetstyle</i> brasileiro. Eu adoro esse tipo de look e babo. Escolher as fotos desse post, pra ilustrar um pouco disso e um pouco da loucura dela foi bem difícil, porque amo tudo, até as loucuras! </div>
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Poderia ficar até amanhã falando da Leandra, porque me sinto amiga há tempos já. kkk Mas vambora que a noite de sexta acabou de começar.</div>
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Beijos, </div>
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Muah!</div>
Carriehttp://www.blogger.com/profile/07084386540096810706noreply@blogger.com0